Expulso do PSDB, o vereador Bruno Moura cobrou acesso aos documentos que levaram ao seu desligamento da legenda no início deste semana. O parlamentar enviou dois ofícios: um dirigido ao presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, e o outro ao presidente estadual da agremiação, Marco Vinholi. O vereador comentou a expulsão em entrevista exclusiva.
O Diário do Rodrigo Lima teve acesso ao teor dos documentos que Moura afirma que, em nenhum momento, teve oportunidade de rebater o conteúdo da representação do presidente da Assembleia Legislativa, Carlão Pignatari (PSDB), que pediu a expulsão do vereador da sigla por suposta infidelidade partidária. A partir da denúncia, Moura disse que foi suspenso das suas atividades partidárias por tempo indeterminado.
Moura disse que apresentou defesa no processo no dia 8 de outubro. Ele apontou supostas falhas no processo contra ele. “Passou-se algum tempo e nada fora feito, momento em que houve envio de novo ofício para a Executiva Estadual requerendo informações acerca da tramitação do processo, uma vez que, à época, a representação sequer havia sido enviada para o Conselho de Ética do partido. E a resposta foi que em momento oportuno as dúvidas apontadas seriam respondidas, juntamente com o julgamento da representação”, afirmou.
Segundo o vereador, na segunda-feira, 15, foi surpreendido com o anúncio da sua expulsão pela imprensa. E que o partido tentaria pedir a sua cadeira no Legislativo por infidelidade.
“Como de praxe, nada fora enviado para este vereador, nem para a Câmara de São José do Rio Preto, ou seja, a Executiva Estadual do partido, mais uma vez, de maneira obscura e deliberada, age para afetar o mandato no qual fui democraticamente eleito”, afirmou Moura no ofício.
O vereador pediu a Araújo a apresentação dos documentos que culminaram com a expulsão deste vereador do partido. “Inclusive do parecer do Conselho de Ética Estadual, uma vez que em momento algum houve informações acerca da tramitação do processo, ainda que com a solicitação feita”, disse.
Moura faz um apelo: se “ocorrer a expulsão, que ao menos seja de forma transparente e honesta, com as devidas garantias constitucionais e estatutárias respeitadas, com o respeito ao devido processo legal e que este vereador possa saber o que ocorreu durante todo o processo, quem participou do julgamento da representação, onde e por qual motivo tramitou o processo – se de forma unilateral pelo Presidente Estadual ou se passou pelo Conselho de Ética”.