
O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da Promotoria de Justiça de Barretos, obteve a condenação de sete servidores públicos da Prefeitura de Barretos a penas que somam mais de 47 anos de reclusão, em regime inicial fechado. Além das penas de prisão, a sentença, proferida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Barretos, determinou a perda dos cargos públicos, a interdição para o exercício de função pública, a obrigação de indenizar o erário em quase R$ 10 milhões, bem como a apreensão de imóveis e veículos. A decisão ainda cabe recurso.
A condenação é fruto da Operação Holerites Premiados, que revelou um esquema complexo de desvio de recursos dentro da Prefeitura de Barretos. Mais de uma centena de servidores municipais foram envolvidos no esquema, que consistia no recebimento indevido de valores por meio de folhas de pagamento adulteradas e manipulação dos sistemas de recursos humanos e de pagamento.
Os servidores condenados, devido às funções que ocupavam, eram responsáveis tanto pela execução quanto pela organização do esquema criminoso. Eles aliciaram mais de 100 colegas de trabalho para o recebimento ilegal de valores, controlando e direcionando os pagamentos.
A primeira fase da operação, realizada em conjunto com a Delegacia Seccional de Polícia de Barretos, ocorreu em 10 de abril de 2019, com o cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão, além de bloqueios patrimoniais. A segunda fase, deflagrada em 20 de maio do mesmo ano, resultou na primeira denúncia contra nove pessoas, acusadas de integrar uma organização criminosa. A terceira fase, ocorrida em 14 de dezembro de 2020, contou com a colaboração do GAECO, da Promotoria de Justiça de Barretos e do Setor de Competência Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça, com apoio das polícias Militar (CPI´s 03 e 05, 09º e 11º BAEP) e Civil (Seccional de Barretos).
A operação mobilizou 21 promotores de Justiça, 13 servidores do MPSP, 63 viaturas, 205 policiais militares e 21 policiais civis, resultando no cumprimento de 73 mandados de busca e apreensão e no afastamento cautelar do então prefeito em exercício.