VEJA VÍDEO – Coronel Fábio reafirma compromisso com o Semae e critica ‘traição política’ em Rio Preto

Rodrigo Lima

O prefeito de São José do Rio Preto, coronel Fábio Cândido (PL), afirmou em entrevista exclusiva ao Diário do Rodrigo Lima que a transformação do Semae em autarquia plena tem como objetivo adequar a estrutura municipal ao marco legal do saneamento básico, e reiterou que não haverá taxa de lixo nem privatização do serviço.

“Primeiro, é importante desconstruir narrativas equivocadas. Disseram que o projeto levaria à privatização do Semae, e isso não aconteceu. Tenho compromisso público de não privatizar. Também não haverá taxa de lixo”, afirmou.

O prefeito explicou que a mudança cumpre a Lei Federal do Marco de Saneamento, de 2020, que exige que uma única estrutura da administração pública cuide dos quatro eixos de saneamento – água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos.

“O Semae é uma autarquia de excelência, reconhecida nacionalmente. Agora passa a ter também a responsabilidade pela drenagem e pela coleta de resíduos sólidos, funções que se integram ao seu papel técnico”, disse.

Durante o discurso, o prefeito diz que sofreu a pior traição na votação do projeto do IPTU na Câmara de Rio Preto. Ele se refere veladamente ao suplente de vereador Marcelo Renato (NOVO) – acesse o vídeo abaixo.

Autarquia plena e mais fiscalização

Com a mudança, o Semae passa a gerenciar também o contrato de coleta de lixo, atualmente terceirizado.

“Como o Semae já tem vocação para o saneamento, ele vai fiscalizar melhor o contrato. Isso significa melhor uso do dinheiro público e mais qualidade no serviço. Imagine Rio Preto um dia sem coleta de lixo, é essencial, e o Semae tem condições de garantir eficiência e continuidade”, afirmou o prefeito.

Reunião com vereadores e base aliada

Fábio Cândido também comentou a reunião com 15 vereadores realizada na segunda-feira (6), que tratou do apoio à atualização da planta genérica do IPTU.

“Vim agradecer aos vereadores que mostraram que são realmente da base. A gente vê quem está junto quando precisa tomar um remédio amargo para curar uma doença. Essa atualização era necessária para garantir equilíbrio financeiro ao município.”

Segundo o prefeito, a revisão evita que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprove as contas da Prefeitura por recusa de receita e garante recursos para áreas essenciais, como saúde e educação.

“Começamos o ano com um déficit de R$ 300 milhões e conseguimos reduzir para R$ 120 milhões com revisão de contratos e gestão responsável. Mas chegou um ponto em que não dá mais para cortar. Era preciso agir para não desassistir a população.”

O prefeito atribuiu parte das dificuldades à falta de repasses federais:

“O governo federal, com sua política assistencialista, não vai mandar recursos para cidades como Rio Preto. Precisamos garantir nossa autonomia financeira para continuar investindo.”

“Traição política é imperdoável”

Questionado sobre tensões internas na base aliada, o prefeito confirmou que há casos de “traição política” dentro do grupo.

“É natural que, dentro da política, existam dissimulação e traição. O presidente Bolsonaro, meu líder político, também foi traído várias vezes. Aqui não é diferente. Mas a população já identifica quem tem interesses próprios e quem trabalha por Rio Preto.”

Ele foi categórico ao afirmar que não há espaço para chantagens ou pressões dentro da administração.

“Não é com faca no pescoço que vão mudar nossa forma de agir. Prometi transparência e integridade e vou manter isso até o último dia do meu mandato.”

Hackers e suspeitas políticas

O prefeito também comentou a prisão de dois suspeitos pelo ataque hacker que paralisou os sistemas da Prefeitura no início de junho.

“Essas prisões são só a ponta do iceberg. A investigação continua e deve chegar a outras pessoas, inclusive com possíveis ligações políticas.”

Ele destacou o trabalho conjunto da Empro, chefiada pelo coronel Marco Rodrigues, e da Polícia Civil, liderada pelo delegado Adriano, especialistas em crimes cibernéticos.

“Quem gravou o Peixão?” e os bastidores da Câmara

Ao ser questionado sobre a gravação clandestina que envolve o vereador Celso Peixão, Coronel Fábio afirmou que o episódio é um exemplo de como parte da política ainda age “por baixo dos panos”.

“Todo mundo já sabe quem é. Essa pessoa tem a vida política comprometida. A traição e esse tipo de conduta são imperdoáveis.”

Sobre uma possível reconciliação com o autor do vazamento, o prefeito foi direto:

“Existem limites éticos que permitem uma nova conversa. Mas há casos em que esses limites são ultrapassados, e aí não há como repactuar.”

 

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