O quartel do 13º Grupamento de Bombeiros em São José do Rio Preto foi palco de uma cena incomum e comovente. O soldado Lincoln, daltônico desde o nascimento, recebeu de colegas um presente que mudou sua rotina: um óculos especial que corrige a percepção das cores. O gesto, pensado e custeado pelos próprios companheiros de farda, traduziu em imagens vívidas a união e a solidariedade que marcam a vida militar. “Até eu sou de outra cor”, disse o soldado.
Lincoln descreveu a experiência como se tivesse “sido levado ao céu e trazido de volta”. Acostumado a enxergar um mundo em tons de cinza, ele reagiu com surpresa ao identificar, por exemplo, o verde de uma calça, o vermelho de um semáforo e o amarelo neon de um objeto. Entre risadas e lágrimas, exclamava repetidamente: “Meu Deus do céu”.
A surpresa foi articulada após uma situação corriqueira. Durante um café, o soldado William Dorta percebeu que Lincoln não conseguia distinguir a garrafa azul da preta. Daí nasceu a ideia de oferecer ao colega o óculos adaptado, em um gesto que emocionou toda a corporação.
O impacto, porém, foi além dos muros do quartel. Ao chegar em casa, Lincoln pôde enxergar em cores a esposa e as três filhas. “Cada olhar, cada abraço, cada cor… tudo ganhou um novo significado”, disse, emocionado. O momento foi descrito por ele como um dos mais marcantes de sua vida.
O soldado revelou que descobriu o daltonismo apenas em 2014 e que, até então, considerava sua visão normal. “Sempre vivi de forma adaptada, mas agora posso dizer que minha vida é muito melhor, muito mais colorida”, afirmou. Ele deixou uma mensagem para outras pessoas com a mesma condição: “Existe solução, existe forma de viver plenamente”.
O episódio rendeu homenagens internas e foi celebrado pelo comando. Em nota, o 13º Grupamento destacou o gesto como exemplo de fraternidade e espírito de corpo: “Ser bombeiro é isso: cuidar uns dos outros, dentro e fora da farda”.
A história de Lincoln, agora registrada em vídeos e relatos, passou a simbolizar não apenas a superação de uma limitação pessoal, mas também a força do companheirismo que sustenta a rotina dos bombeiros – profissionais cuja missão é salvar vidas e que, dessa vez, mudaram a vida de um dos seus.

Que sensacional tô super feliz com a integridade da sua matéria
Perfeito Lima
Muito obrigado