
O vereador Alexandre Montenegro (PL), que já ocupou a liderança do governo Coronel Fábio Candido (PL) na Câmara de São José do Rio Preto, foi suspenso por um ano das atividades partidárias. A decisão foi comunicada a ele nesta terça-feira (26), data em que o Conselho de Ética do Legislativo arquivou uma representação apresentada contra o parlamentar. A penalidade não afeta o mandato, mas o afasta da legenda durante o período.
A notificação de suspensão é assinada pelo presidente municipal do PL, deputado federal Luiz Carlos Motta, e também por integrantes da executiva local que ocupam cargos estratégicos na administração municipal, como Mauro Alves dos Santos Júnior, secretário de Planejamento, Rodrigo Carmona, chefe de gabinete do prefeito, Fábio Marcondes, vice-prefeito e secretário de Obras, além do líder da bancada, Felipe Alcalá, e do secretário partidário Ruy Marcondes Carvalho Neto.
Montenegro usou a tribuna para afirmar que a punição é uma retaliação política por críticas feitas à gestão do Coronel Fábio e por votos divergentes em projetos do Executivo. Ele destacou que foi afastado por “expressar opinião e exercer a prerrogativa de parlamentar”, e anunciou que pretende recorrer à Justiça para pedir sua saída do partido por justa causa. A suspensão implica também a saída de comissões, incluindo a presidência da Comissão de Segurança Pública da Câmara.
O parlamentar voltou suas críticas ao comando do PL, mencionando diretamente o deputado Motta, a quem atribuiu desconhecimento de pautas da direita. Segundo o documento da direção partidária, a suspensão decorre de condutas de Montenegro em reuniões e votações, incluindo posicionamento contrário a projeto que liberava R$ 200 mil para a RioPretoPrev, usado inclusive para pagamento de salários de comissionados.
Enquanto recebia a notícia da suspensão, Montenegro viu o Conselho de Ética arquivar uma representação apresentada pelo vice-prefeito Fábio Marcondes (PL). O colegiado, formado por cinco vereadores, considerou que as manifestações do vereador tinham caráter político e não configuravam quebra de decoro. Marcondes pedia punição que poderia ir de suspensão até a cassação do mandato.
O episódio amplia o desgaste entre Montenegro e o grupo ligado ao prefeito e ao vice. Recentemente, o vereador apresentou pedido de impeachment contra Marcondes, após o vice ser indiciado por injúria racial em um episódio envolvendo um segurança do Palmeiras, caso no qual o Ministério Público apresentou denúncia. O pedido foi rejeitado em plenário.
Na avaliação de Montenegro, o arquivamento pelo Conselho de Ética confirmou que a representação contra ele era infundada. “Satisfeito em ver que o Conselho, ao apreciar meu recurso, percebeu o erro e a vergonha que seria acatar uma denúncia desta”, disse o vereador, que agora enfrenta um isolamento político dentro do próprio partido.
NOTA OFICIAL
A Comissão Provisória Municipal do Partido Liberal (PL) de São José do Rio Preto/SP, após extenso processo ético no qual foram plenamente assegurados o contraditório e a ampla defesa, decidiu, por unanimidade de todos os seus membros, que o vereador Alexandre Montenegro incorreu em graves infrações éticas ao:
– votar contrariamente à orientação partidária em Projeto do Executivo;
– e deixar de manter o respeito e a urbanidade, dirigindo-se de maneira desairosa a outros filiados detentores de mandatos eletivos.
Diante dessa conduta, o vereador foi penalizado com suspensão de 12 (doze) meses. Nesse período, ficará interditado do exercício político-partidário representativo do PL, não podendo, portanto, representar o Partido em quaisquer comissões.
É importante destacar que o vereador não perde seu mandato e permanece filiado ao Partido Liberal. A medida tem caráter pedagógico e disciplinar, reforçando o compromisso do PL com a ética e o respeito institucional.
Deputado Federal Luiz Carlos Motta
Presidente do PL – São José do Rio Preto/SP