Rodrigo manda abraço para Bolsonaro e afaga Cabrera; veja vídeo

“Um gesto simbólico”. Foi assim que o governador Rodrigo Garcia (PSDB) definiu o abraço que mandou para o presidente Jair Bolsonaro (PL), em Presidente Prudente, durante evento para regulamentar legislação que prevê a transferência de terras pertencentes ao Estado para produtores rurais.

O gesto é uma tentativa clara do governador tucano de se aproximar do eleitor Bolsonarista e aqueles que votam no presidente, mas que ainda não definiram o voto na eleição para governador. Durante discurso, que que rasgou elogios ao ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera, que também é de Rio Preto, Rodrigo também cumprimentou Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), homem de confiança de Bolsonaro e pediu que levasse um “abraço” para o presidente em Brasília.

“Essa luta também é sua Nabhan. Você, historicamente, lutou, fico feliz pela tua presença. Isso mostra respeito e que estamos no mesmo lado, o do produtor”, afirmou Rodrigo. “Quero fazer um gesto simbólico para mim. Você (Nabhan) vai sair daqui e voltar para Brasília, quero que leve um abraço para o presidente (Bolsonaro), porque hoje (quinta) ele encaminhou ao Senado Federal um projeto de lei de empréstimo para o governo de SP de US$ 500 milhões para linha 2 do metrô”, disse Rodrigo.

O gesto pegou o próprio Nabhan de surpresa (veja vídeo abaixo). “Quero que leve esse reconhecimento da população de São Paulo, porque isso é fundamental. Só quem sabe a importância da mobilidade urbana lá, na capital, sabe como esse dinheiro é importante para não interromper obras”, afirmou o governador.

Ao mandar um abraço para Bolsonaro, Rodrigo tenta se descolar de vez do ex-governador João Doria (PSDB), que desistiu da disputa para presidente após sua pré-candidatura não decolar nas pesquisas de intenção de voto. Ao mesmo tempo que tenta firmar uma posição de independência, o gesto do governador foi interpretado por aliados como um aceno ao eleitorado de Bolsonaro, que tem como pré-candidato ao governador o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas.

Rodrigo e Tarcísio disputaram uma vaga no 2º turno das eleições para enfrentar Fernando Haddad (PT), que é apoiado pelo ex-presidente Lula. No campo político do governador tucano há outros nomes que podem entrar na disputa presidencial:  Simone Tebet (PSDB, Cidadania e MDB), Luciano Bivar (União Brasil),e André Janones (Avante).

O presidente do Republicanos de Rio Preto, Diego Polachini, afirmou que “como governador, ele deve sim ter uma boa relação com o governo federal. Porém não custa lembrar duas coisas: a primeira foi o BolsoDoria, a carona que Doria pegou no presidente para se eleger em São Paulo”. “O eleitor do Bolsonaro está literalmente vacinado quanto a isso; a outra é que semanas atrás ele disse que iria proteger São Paulo do bolsonarismo. Então não faz sentido nenhum qualquer aproximação com o presidente. Rodrigo continuará sendo o candidato do Doria”, afirmou Polachini.

atualizado às 11h40.