As mensagens nas redes sociais sobre ameaças de supostos ataques em estabelecimentos de ensino têm causado apreensão nas comunidades escolares de Rio Preto e região, após o atentado ocorrido em Blumenau, em Santa Catarina, que deixou quatro crianças mortas e outras feridas no último dia 5. Por causa do pânico instaurado, muitos pais deixaram de levar os filhos ou as aulas foram suspensas.
As mães se mostram muito preocupadas com a segurança das crianças nas escolas. Nos últimos dias houve algumas ameaças de possível ataque em algumas das escolas da nossa cidade e da região. Em alguns grupos de Whatsapp foram divulgadas várias mensagens falando sobre isso. Na dúvida as mães preferem não mandar os filhos para a escola. “A gente fica com medo de mandar as crianças pra escola, mas não tem como não mandar. Eles precisam estudar”, afirmou um pai ao Diário do Rodrigo Lima nesta terça-feira, 11. “Minha sogra é cozinheira numa creche lá na Cecap e acabou de mandar áudio dizendo que (helicóptero) Águia (da Polícia Militar) e viatura estão lá na escola Galante Nora”, disse.
Nos últimos dias, o delegado Seccional de Rio Preto, Antonio Honorio do Nascimento, assegurou que todas as postagens e mensagens de ameaças estão sendo apuradas. “Todos os casos que chegam ao nosso conhecimento, através de denúncias ou através das ocorrências estão sendo verificados e monitorados”, afirmou.
“As pessoas envolvidas estão sendo ouvidas. Os suspeitos estão sendo interrogados e todas as providências cabíveis aos fatos aos casos estão sendo feitas”, disse Nascimento, citando ainda a realização de perícias nos telefones celulares. “Já identificamos oito indivíduos”, revelou.
De acordo com o delegado, o crime de ameaça prevê a detenção de um a seis meses. Ela lembrou que é muito difícil dizer que é uma brincadeira ou trote e que os casos são tratados como “ameaças efetivamente” por parte dos autores.
“Estamos coletando todas as provas possíveis para deixar bem claro se é ou não um fato verdadeiro”, afirmou.
Por enquanto são somente ameaças e nenhum fato de violência efetiva. A Polícia Civil está trabalhando para que todas as denúncias sejam apuradas”.
Monitoramento de escolas
De acordo com Nascimento, está sendo realizado através do Centro de Inteligência da Policia Civil – CIP “o monitoramento permanente de diversas fontes de informação, inclusive redes sociais, para prevenir possíveis ações criminosas, o que abrange também o ambiente escolar”.
A Polícia Civil mantém, por meio de unidades especializadas, investigações contínuas sobre eventuais riscos no contexto da rede de ensino.
“A Polícia Civil faz um apelo para que não sejam compartilhadas imagens de ataques em escolas, uma vez que pesquisas comprovam que essa exposição pode resultar em efeito de contágio, com valorização de atos de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que eleva o potencial para estimular novos casos. Em caso de suspeita, a Polícia Civil mantém disponíveis para denúncia o canal de comunicação telefone (197), nas 24 horas por dia”, afirmou o delegado.
Mensagens não devem ser compartilhadas, alerta delegado
A investigação de crimes cibernéticos e segurança da informação, recomenda que as pessoas não compartilhem com as outras qualquer tipo de mensagem, áudio ou vídeo neste sentido. Ao invés disso, orientou, as direções das escolas que devem ser comunicadas sobre os rumores com o objetivo de verificarem a autoria, procedência e veracidade das postagens, possibilitando “uma avaliação mais adequada” da situação.
“As pessoas muitas vezes acabam se apavorando, não conferem e passam para frente. Tem que ter todo um cuidado, não simplesmente confiar”, observou. “Se transmitir para um grupo perguntando se é verdadeiro ou falso, alguém não vai ler e vai transmitir”, afirmou.
Conforme publicado pela Coluna Bastidores DRL nesta segunda-feira, 11, o comandante do Policiamento do Interior – 5 (CPI-5), Coronel Fábio Rogério Candido, visitou a Dirigente Regional de Ensino, Adriana Campanhola Do Prado. “Logo haverá uma Palestra para os diretores de Escolas Estaduais, Municipais e Particulares, que serão multiplicadores do tema: Medidas Preventivas de Segurança em Ambiente Escolar”, consta em nota emitida pela Polícia Militar.
Na região, escolas já reforçaram a segurança. A prefeita de Potirendaba, Gislaine Franzotti, afirmou que já entrou em funcionamento detector de metal instalado em escola no município. Após os sucessivos atentados ocorridos em São Paulo e Santa Catarina, a prefeita já adotou um novo equema de segurança nas escolas da cidade.
A prefeitura de Bady Bassitt também deverá instalar detectores de metal em seus colégios. “Nesta segunda-feira, várias medidas de segurança na escola municipal Maestro Antonio Amato. Entre elas, todos os alunos passam por revista com detector de metal na entrada da instituição”, escreveu a prefeita de Potirendaba nas redes sociais.