VEJA VÍDEO – Perseguição religiosa no Irã: Ex-ministro Antonio Cabrera visita Persépolis e denuncia repressão a cristãos

Rodrigo Lima
Em vídeo gravado no Irã, Antonio Cabrera conecta história bíblica à realidade atual e faz apelo por solidariedade a cristãos perseguidos: “Eles não deixam de comemorar a Páscoa, mesmo com risco de morte”/imagem – reprodução

Na antiga capital do Império Persa, entre ruínas milenares e o peso da história, o ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera gravou um vídeo que tem repercutido entre lideranças cristãs e círculos políticos brasileiros. Em Persépolis, cidade monumental iniciada por Dario e finalizada por Xerxes – figuras mencionadas nas Escrituras -, Cabrera fez um alerta contundente: “Embora haja toda essa conexão com a Bíblia, hoje o Irã persegue duramente os cristãos.”

A visita ocorreu durante a Semana Santa, período de especial importância para o cristianismo. Cabrera utilizou o local como pano de fundo para uma reflexão profunda sobre liberdade religiosa e o atual cenário no Irã. “Essa cidade que você está vendo aqui atrás é Persépolis, a antiga capital do Império Persa. E toda essa história antes de Cristo tem muita conexão com a Bíblia”, iniciou ele, enquanto mostrava o cenário.

O ex-ministro também citou Passárgada, localizada nas proximidades, como parte da rota histórica. Foi ali que Ciro, o Grande, considerado por muitos estudiosos um libertador dos judeus exilados, teve destaque. “O profeta Isaías chega a chamá-lo de o ‘Libertador de Israel’. Tamanha essa conexão”, destacou Cabrera.

Contudo, após fazer a ponte entre passado e presente, o tom da fala muda. O ex-ministro denuncia com firmeza a atual repressão religiosa no país islâmico: “Hoje, aqui no Irã, você é extremamente perseguido no que diz respeito à religião. A sociedade bíblica foi expulsa e não pôde retornar. Você não pode nem mesmo convidar alguém para ir à sua casa ou igreja para falar da sua fé.”

Segundo Cabrera, apenas cristãos de origem armênia ou assíria têm permissão formal para exercer a fé – e mesmo esses grupos vivem sob forte vigilância. “A conversão do islã para o cristianismo pode levar à morte. E mesmo assim, essas conversões têm acontecido”, afirmou.

Risco de prisão em datas religiosas
Em tom emocionado, Cabrera destacou a coragem de famílias que, mesmo sob ameaça de prisão e até execução, seguem firmes em sua fé. Ele citou uma reportagem da BBC que mostra casais convertidos que vivem no anonimato e celebram a fé cristã às escondidas. “Essa matéria falava sobre a comemoração da Páscoa, que é o principal feriado religioso do cristianismo. Mas é justamente nesse momento que o governo fica mais atento, e o número de prisões aumenta.”

A estratégia dos cristãos iranianos para driblar a repressão é, segundo ele, antecipar ou alterar a data da celebração. “Eles mudam o dia e o horário da comemoração para despistar a polícia. É algo muito simbólico: mesmo sendo proibidos, eles não deixam de lembrar a ressurreição do nosso Salvador Jesus”, disse Cabrera, visivelmente tocado.

Mensagem final: solidariedade e fé
Na parte final do vídeo, Cabrera fez um apelo aos cristãos ao redor do mundo: “Quando você estiver aí comemorando sua Páscoa, não se esqueça desses irmãos e irmãs aqui no Irã. Mesmo com toda essa perseguição, com toda essa dificuldade, eles não deixam de comemorar.”

Para ele, o gesto de manter a fé diante da opressão é um exemplo “notável, nobre, de perseverança nos valores cristãos”. Ao associar a monumentalidade das ruínas persas à fé viva de comunidades cristãs clandestinas, Cabrera não apenas oferece uma reflexão sobre o passado, mas propõe um olhar sensível e engajado sobre o presente.

A repercussão do vídeo tem crescido entre lideranças evangélicas e parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica, que defendem que o tema da liberdade religiosa internacional seja incluído em futuras discussões no Congresso Nacional.

Contexto geopolítico
O Irã é governado por um regime teocrático xiita desde 1979. A conversão de muçulmanos ao cristianismo é formalmente proibida e considerada apostasia, crime que pode resultar em pena de morte. De acordo com a organização Portas Abertas, que monitora perseguições religiosas no mundo, o Irã está entre os 10 países que mais perseguem cristãos.

As informações compartilhadas por Cabrera reforçam os relatórios internacionais e trazem uma perspectiva pessoal, em meio a um dos locais mais simbólicos do mundo antigo. Ao cruzar o peso da história com a dor contemporânea da perseguição religiosa, o ex-ministro transforma sua visita em uma denúncia – e em um chamado à ação.

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO.

Deixe um comentário