Com o objetivo de chamar a atenção para a segurança dos ciclistas, o casal José Augusto Silveira Gonçalves, 44 anos, e Carolina Assunção Gonçalves, 39 anos, saíram de Rio Preto na quinta-feira, 21, e pedalaram 443 quilômetros até São Paulo. Eles cobram mais atenção para a turma do pedal, que é vítima de motoristas que provocam acidentes, como recentemente ocorreu em Bálsamo quando uma mulher morreu atropelada.
“E uma morte assim tão trágica e de forma irresponsável por motoristas bêbados e inconsequentes destroem a vida de uma família inteira. Hoje, você pode não pedalar, mas amanhã seus filhos ou netos podem vir a ser um ciclista e eles vão precisar de leis mais seguras e duras contra esses ‘atropeladores’ de ciclistas”, afirmou José Augusto, que é empresário em Fernandópolis.
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Ele e a mulher saíram de Rio Preto às 00h10 de quinta-feira e chegamos às 20h10 na Capital. “Ficamos 17h45m pedalando por 443km. Um desafio e protesto jamais feito, foi simbólico e composto por apenas duas pessoas. Foi muito difícil mesmo de se fazer pois tinha que ser feito em menos de um dia”, disse José Augusto.
De acordo com o empresário, os principais “inimigos” foram os “motoristas que se sentem incomodados por estarmos pedalando na rodovia ou acostamento”. O empresário relata também que o vento forte atrapalhou durante o trajeto.
“Um único motorista nos ofendeu quase chegando na cidade de Catanduva. Nos chamou de ‘vagabundos’ e nos mandou trabalhar. Mal sabe ele que trabalhamos os sete dias da semana e sem folga. Somos pais de duas crianças e geramos 12 empregos em Fernandópolis. Ali naquela bike estavam duas vidas diretas e indiretamente vidas que importam diretamente para muitos”, afirmou o empresário.
De acordo com José Augusto, foram quatro paradas para pegar água ou ir ao banheiro e uma vez para almoçar um marmitex. “Percurso muito difícil de se fazer e com grande altimetria. Passamos por duas serras difíceis de pedalar, cheia de subidas e descidas perigosas. Mas estávamos firmes e com um propósito em mente”, disse.
Parte final
O empresário citou que o trecho mais difícil foram os últimos 70 quilômetros. “Parte em que passamos pela Bandeirantes dividindo aquelas cinco faixas de rolagem e o acostamento com caminhões ,detritos, buracos e carros. Com todos os cuidados necessários, descemos bem. Com iluminação traseira e dianteira, coletes refletivos e muito mas muito foco no objetivo”, disse.
Já em São Paulo, o casal gravou um vídeo na marginal Pinheiros em um posto de gasolina para concluir o desafio. “Demonstrarmos que uma bike tomando todos os cuidados necessários pode chegar onde um carro chega e sem incomodar ou atrapalhar ninguém. Pelo contrário, a bike gera saúde, amor e amizade. Não polui o meio ambiente”, afirmou José Augusto. “Lembrando que um ciclista não é um ciclista pela sua bike cara e, sim, pela sua conduta e atitude. Um ciclista jamais anda sem capacete, óculos, luvas, roupas certas, etc.. Ele sempre usa roupas com cores visíveis, iluminação artificial se o pedal for à noite, não anda contra mão e obedece todas as leis de trânsito, não anda em calçada e jamais joga lixo na rodovia ou ruas”, disse.
O empresário pede o endurecimento da legislação contra motoristas que desrespeitam as leis de trânsito. “Obrigado minha família por não me internar no hospício por querer fazer isso. Obrigado a minha esposa e companheira por aceitar e participar desse protesto simbólico e extremamente desafiador”, disse José Augusto.
Rodrigo Lima sempre chegando primeiro com as notícias. Parabéns pelo ótimo trabalho!!! E que já era excelente no Diário da Região.
Parabéns aos ciclistas pela iniciativa, muitos são os riscos que enfrentam para poderem usufruir de um lazer tão saudável e desafiador.