Agressor mandava vídeo de maus-tratos contra a cachorra da ex-companheira

Rodrigo Lima
Calli (à direita) após ser resgatada de maus-tratos/imagem – divulgação

Resgate de maus-tratos feito pela Secretaria do Bem-estar Animal revelou descumprimento de medida protetiva por parte do agressor do animal. A buldogue francês Calli está sendo tratada e deve ser devolvida para sua tutora, ex-companheira do agressor. Ele gravava vídeos maltratando o pet e enviava para a mulher, o que configura violência psicológica.

A equipe da Secretaria do Bem-estar Animal tomou conhecimento da ocorrência por meio de vídeos postados em rede social. É possível ver a buldogue sendo perseguida e maltratada nas imagens. As agressões aconteceram no Jardim Bianco, mas a cachorra foi encontrada na Vila Diniz, na residência da mãe do acusado.

Esse caso é um exemplo do que ilustra a Teoria do Link ou Teoria do Elo, a qual traça um paralelo entre ocorrência de maus-tratos contra animais e casos de violência doméstica e familiar.

“Este caso chama atenção para um ponto que ainda é pouco discutido: a violência doméstica nem sempre atinge apenas a mulher diretamente. Muitas vezes, o agressor direciona sua crueldade aos filhos ou aos animais de estimação, usando-os como instrumento de tortura psicológica. O sofrimento animal e o sofrimento humano caminham juntos nesses cenários. Quando identificamos maus-tratos, quase sempre encontramos um ambiente familiar adoecido, permeado por ameaças e abusos. É fundamental que a sociedade denuncie tanto a violência contra mulheres quanto a violência contra animais, pois ambas são faces da mesma realidade de agressão e desrespeito à vida”, afirma a secretária do Bem-estar Animal, Amália Paci.

A pena para quem maltrata cães e gatos é de reclusão de dois a cinco anos. Nesse caso, há um agravante em relação ao descumprimento da medida protetiva contra a ex-companheira.

Outro caso
Nos últimos dias, a Secretaria do Bem-estar Animal também resgatou a Mel, uma pinscher que havia sido levada da frente da casa dos tutores, na Vila Maceno. A mulher que levou a cachorra, identificada pela placa do carro, alegou que a pet estava na rua e resolveu recolhê-la. A placa foi registrada por câmeras de segurança. A animal acabou escapando e ficou vagando pelas ruas do Residencial Colorado.

“Contatamos os tutores e começamos a fazer uma varredura no bairro. Alguns comerciantes disseram que tinham visto a Mel e, finalmente, moradores gravaram um vídeo e mandaram para a gente. Estavam com a Mel no colo”, conta Amália. A cachorra voltou para a casa, na Vila Maceno.

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