VEJA VÍDEOS – Protesto contra aumento do IPTU em Rio Preto ‘flopa’ e reúne mais militantes que moradores

Rodrigo Lima
Protesto teve maioria formado por militantes de esquerda no Calçadão de Rio Preto e pouca adesão popular/imagem – Rodrigo Lima 4/10/2025

O ato batizado de “Enterro Político do prefeito e dos 14 Vereadores”, que prometia transformar o Calçadão de Rio Preto em palco de uma grande manifestação contra o aumento do IPTU, terminou neste sábado (4) com baixa adesão e clima morno.

O protesto, organizado por grupos de moradores que haviam liderado as mobilizações virtuais contra o reajuste do imposto, teve público reduzido e sem a presença das principais lideranças dos condomínios, que vinham protagonizando o embate com o governo municipal nas últimas semanas.

Na prática, o ato que previa o “velório simbólico” dos parlamentares que aprovaram o projeto, e do prefeito Coronel Fábio Cândido (PL) acabou reunindo mais militantes políticos do que contribuintes comuns.

“Enterro” sem cortejo

A cena no Calçadão contrastou com o tom épico dos convites que circularam em grupos de WhatsApp nos dias anteriores. Com pequenos caixões, cartazes chamativos ou faixas de moradores, o protesto acabou restrito a pequenos grupos ligados a associações de bairro da Boa Vista e ativistas de esquerda.

O próprio presidente do PT de Rio Preto, Carlos Alexandre, admitiu surpresa com o esvaziamento.  Ele afirmou que havia sido chamado pelos representantes do condomínios, que não compareceram. A reportagem do Diário do Rodrigo Lima conversou com uma das lideranças que alegou que a estratágia de “enterrar” os parlamentares e o prefeito foi equivocada. “O nosso caminho é o Ministério Público”, disse.

Nenhum parlamentar contra ou a favor do reajuste do IPTU compareceu ao ato, mas alguns preferiram enviar assessores para gravar cenas da manifestação, como foi o caso de Abner Tofanelli (PSB) e Felipe Alcalá (PL).

A ausência das lideranças que vinham inflamando o debate sobre o IPTU abriu espaço para uma curiosa mistura de cores políticas. O que começou com discursos de viés progressista logo atraiu militantes de direita, que chegaram ao Calçadão para confrontar o grupo. O resultado foi um cenário típico das redes sociais: muita troca de acusações e poucos argumentos técnicos sobre a lei aprovada.

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Do grito virtual ao silêncio real

O esvaziamento contrasta com o barulho que o tema provocou nas semanas anteriores. No fim de setembro, a Câmara aprovou, em sessão tensa, o projeto de atualização da Planta Genérica de Valores enviado pelo Executivo. A proposta original previa reajustes que poderiam ultrapassar 200%, mas a pressão popular levou o governo a recuar e fixar o limite em 20% para 2026.

Mesmo assim, pontos polêmicos permaneceram no texto, como o imposto progressivo sobre terrenos ociosos e a revisão periódica da planta genérica, temas que continuam alimentando o descontentamento de parte dos moradores.

Entre o barulho e o silêncio

O prefeito Coronel Fábio Cândido (PL), que havia retornado de viagem aos Estados Unidos na véspera, ironizou o protesto ao afirmar que o seu antecessor deveria ser “enterrado”. Clique aqui para assistir a entrevista.

O tão aguardado “enterro político” dos autores do aumento do IPTU acabou parecendo mais um velório sem corpo e sem cortejo, regado a manifestações tímidas, um gole d’água no moinho da oposição, que esperava mar revolto e encontrou apenas um filete de insatisfação.

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