
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quarta-feira (22) a Operação Agrofraude, que desmantelou um esquema de comercialização irregular de agrotóxicos com fraudes fiscais e lavagem de dinheiro em São José do Rio Preto. A investigação, conduzida pela 3ª equipe da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da DEIC/Deinter-5, durou seis meses e levou à execução de nove mandados de busca e apreensão.
De acordo com a polícia, o grupo investigado usava empresas de fachada para vender defensivos agrícolas de forma clandestina. As companhias estavam registradas em nome de “laranjas” – entre eles, um azulejista e uma atendente de lanchonete —, enquanto o controle financeiro ficava nas mãos de dois irmãos apontados como líderes do esquema. O grupo contava ainda com o apoio de um contador, responsável por abrir firmas fraudulentas, manipular balanços e subfaturar notas fiscais para reduzir o pagamento de impostos.
O caso começou a ser apurado em abril, após buscas em um escritório de vendas online e em dois barracões na zona leste de Rio Preto. No local, os policiais encontraram irregularidades ambientais e fiscais. Os imóveis foram interditados e os CNPJs das empresas, suspensos. As movimentações bancárias revelaram transações milionárias incompatíveis com as rendas declaradas.
A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias e a indisponibilidade dos bens dos investigados. Veículos, documentos contábeis e equipamentos eletrônicos foram apreendidos.
Segundo a DEIC, o grupo também atuava em plataformas digitais, oferecendo agrotóxicos sem procedência e sem autorização dos órgãos competentes, o que representa risco ao meio ambiente e à saúde pública.
As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos, incluindo fornecedores e compradores. A polícia afirmou que o esquema apresentava características típicas de uma organização criminosa empresarial, baseada em lavagem de dinheiro, fraudes fiscais e uso de terceiros para ocultar o verdadeiro comando das operações.
