
A disseminação de informações falsas sobre um suposto surto de meningite na região de São José do Rio Preto levou autoridades de saúde a reforçar orientações e desmentidos oficiais. Em entrevista, a médica epidemiologista Maria Lucia Machado Salomão foi categórica: “Não existe surto de meningite na nossa região.”
Segundo a especialista, mensagens que circularam recentemente em redes sociais e grupos de WhatsApp não apenas distorcem a realidade epidemiológica, como também colocam a população em estado de alerta desnecessário.
“Essas informações, infelizmente, são fake news. Muitas vezes são divulgadas de forma irresponsável e sem qualquer fundamento”, afirmou.
Meningite: doença grave, mas vigilância constante
A epidemiologista reforça que a meningite, embora seja uma doença grave, é monitorada de maneira contínua pelos serviços de saúde.
“A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. Todo caso suspeito é imediatamente notificado às autoridades sanitárias”, explicou.
A partir dessa notificação, inicia-se um processo de investigação e acompanhamento. Se qualquer elevação anormal no número de casos fosse identificada, segundo ela, a população seria informada imediatamente.
“Se houver risco de aumento ou de surto, isso é comunicado prontamente. A transparência faz parte da vigilância epidemiológica”, disse a enfermeira Alana Menezes, em vídeo divulgado nas redes sociais.
Brasil possui um dos programas de vacinação mais completos
A médica destaca que o país conta com um dos programas de imunização mais robustos do mundo, fundamental para manter a circulação das doenças sob controle.
“É essencial manter a carteira de vacinação atualizada. As vacinas contra meningite estão disponíveis gratuitamente na rede pública”, ressaltou.
Entre os imunizantes oferecidos estão:
Meningocócica C
Meningocócica ACWY
Pneumocócica 10 valente
Penta valente
A cobertura vacinal, segundo especialistas, é um dos principais fatores que impedem surtos e reduzem drasticamente casos graves da doença.
Fake news prejudicam ações de saúde pública
O alerta de Maria Lucia também aponta para um fenômeno cada vez mais recorrente: a circulação de fake news que interferem na confiança da população.
“Por isso, não acreditem nas fake news. Confiem apenas em informações divulgadas por órgãos oficiais da saúde, que são responsáveis pelos dados atualizados de cada região”, reforçou.
Ela lembra ainda que informações equivocadas podem gerar pânico, lotar indevidamente serviços de saúde e desviar a atenção de questões realmente urgentes.
Vacinação continua sendo a principal proteção
Ao final, a médica deixou uma orientação direta à população:
“Lembre-se: a vacina é a melhor forma de prevenção. Faça a sua parte.”
As autoridades de saúde recomendam que pais, responsáveis e adultos verifiquem suas carteiras de vacinação nas unidades básicas de saúde e atualizem as doses necessárias.
