VEJA VÍDEO – Mãe chora e aciona a Polícia Militar após HCM negar atendimento a filha de 4 anos; menina foi internada
Rodrigo Lima
O choro de uma mãe na porta do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) acabou virando caso de polícia nesta quinta-feira, 16, em Rio Preto. Ela disse que o hospital havia se recusado a prestar atendimento médico a sua filha de apenas 4 anos sob alegação de que não havia vaga.
Com suspeita de pneumonia, a criança foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. Sem receber o atendimento e com a ambulância estacionada em frente ao hospital, Jéssica Luzia Daveiro decidiu acionar a Polícia Militar. “Ninguém merece passar por isso”, afirmou a mãe. “A gente está jogado na recepção igual lixo. Nem parece que somos seres humanos”.
A mãe, visivelmente angustiada, disse que foi levada para o HCM pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas que quando chegou com a sua filha Sofia, a equipe se recusou a atendê-la, alegando falta de vagas.
Desesperada, a mãe conta que a filha já havia sido atendida anteriormente na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde seu quadro se agravou. Agora, transferida para outro hospital, a família continua enfrentando a mesma negativa de atendimento.
A mãe alegou que a filha estava em estado grave, sem conseguir comer ou beber, ele lamenta o que classificou como sendo uma suposta “negligência” que a família estava sofrendo. “Ela não está conseguindo nem comer, ela não está comendo. Ela tem dieta zero porque ela não pode respirar e engolir a comida que pode parar no pulmão. É difícil, é complicado, e eles estão se recusando de qualquer jeito”, desabafa a mãe.
Apelo desesperado por ajuda
Sem opções, a família recorreu à Polícia Militar, registrando um boletim de ocorrência na esperança de que isso pudesse forçar o hospital a atender a criança. No entanto, mesmo com a intervenção policial, o hospital havia se mantido irredutível, deixando a mãe e o pai desesperados e sem saber o que fazer.
O pai Lucas de Souza falou sobre a ansiedade de ver a filha nessa situação crítica. “A gente fica com o coração na mão. A gente, como ser humano, vê uma criança naquela situação e passando por uma negligência dessa, a gente fica super transtornado”, desabafou.
A família cogitou até levar a criança para outro hospital, mesmo que particular. “A gente vai tentar de qualquer maneira o que for possível. A gente vai estar tentando mudar isso”, afirma.
Em nota, o HCM esclarece que, ao ser solicitado para receber a paciente, através da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), órgão do governo de São Paulo que regulariza o encaminhamento de pacientes para as instituições de saúde, não pode oferecer o atendimento por estar com todos os leitos ocupados.
“O HCM ressalta que atende, no momento, 50% a mais de pacientes em enfermaria e mais de 100% em UTI do que o pactuado com a Secretaria de Saúde do Estado, o que inclui pacientes moradores de Rio Preto. O HCM destaca que, mesmo notificando via Cross da impossibilidade de poder atender a paciente, foi surpreendido com a chegada da ambulância do SAMU com a paciente na instituição. O HCM presta assistência à paciente desde o momento de sua chegada à instituição”, consta na nota.
De acordo ainda com o HCM, não houve solicitação de vaga zero via Cross. “A paciente está internada no HCM”, afirma.
A Secretaria Municipal de Saúde informa que solicitou vaga para atendimento da criança na Santa Casa e não houve a possibilidade de atendimento, tendo em vista a grande quantidade de pacientes já encaminhados anteriormente ao serviço.
“Diante disso, foi feito o pedido de vaga ao HCM via sistema Cross, onde há a estrutura necessária que o atendimento da criança exigia. A vaga, no entanto, foi negada, restando ao município usar o protocolo do Ministério da Saúde para ‘vaga zero’ no HCM, tendo em vista a gravidade do caso”, consta na nota emitida pela secretaria de Saúde local. .
De acordo ainda com o HCM, não houve solicitação de vaga zero via Cross. “A paciente está internada no HCM”, afirma.
A assessoria do HCM não informou se foi ou não elaborado boletim de ocorrência após o hospital decidir realizar o atendimento da criança.
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