O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou nesta semana sua decisão de se licenciar do mandato e permanecer nos Estados Unidos, em meio a uma escalada de confrontos com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar, que afirma representar “os melhores interesses da nação”, alega que sua permanência fora do Brasil tem o objetivo de denunciar abusos e buscar sanções internacionais contra supostos violadores de direitos humanos.
Em um pronunciamento público, o deputado declarou que sua decisão de se afastar do cargo é motivada por uma suposta perseguição política. Segundo ele, Alexandre de Moraes e seus aliados estariam utilizando seu mandato como uma ferramenta de chantagem para impedi-lo de representar os interesses de seus eleitores. “Seria mais fácil me calar e usufruir das regalias do cargo, mas minha missão é lutar pela liberdade e pelos valores da nossa civilização”, afirmou.
O deputado também acusou a Suprema Corte de agir como um “regime de exceção” e afirmou que sua prioridade agora é expor a situação brasileira no exterior. “Irei me dedicar integralmente a buscar sanções contra aqueles que violam direitos humanos e impedir que essa perseguição política continue impune”, disse ele. Além disso, mencionou a necessidade de criar condições para uma anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes.
A sua ausência no Congresso será suprida pelo deputado federal Gaúcho Zucco, que assumirá a vaga na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Segundo o parlamentar licenciado, Zucco dará continuidade à construção de laços com o governo de Donald Trump e outros países democráticos.
A decisão do deputado acontece em um momento de crescente tensão política no Brasil, com diversas lideranças de oposição acusando o STF de atuar além de suas prerrogativas. Moraes, por sua vez, tem reforçado que suas decisões estão baseadas no cumprimento da Constituição e na defesa do Estado Democrático de Direito.
A estratégia do deputado pode ampliar sua visibilidade no exterior e fortalecer seu discurso contra as instituições brasileiras. No entanto, opositores avaliam que a licença e a permanência nos Estados Unidos são tentativas de evitar possíveis sanções judiciais.
O episódio também levanta questionamentos sobre o futuro do parlamentar e seu impacto na oposição política no Brasil. Enquanto isso, ele afirma que sua missão é clara: “Vou trabalhar incansavelmente para que a justiça seja feita e a liberdade seja restabelecida no Brasil”.
Posição do Motta
Em nota, o deputado federal Luiz Carlos Motta (PL) afirmou que a decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro de licenciar-se do mandato e permanecer nos Estados Unidos “é uma atitude corajosa e coerente. Ao optar por aprofundar suas pautas no âmbito internacional, especialmente em questões relacionadas à liberdade individual e ao combate à perseguição política”.
“Eduardo Bolsonaro mostra seu compromisso com a defesa dos ideais que norteiam nosso partido. Reiteramos nosso respeito à decisão pessoal do deputado e destacamos a importância do seu trabalho pela valorização da liberdade de expressão e das liberdades individuais, princípios fundamentais para o fortalecimento da democracia”, consta na nota.
De acordo ainda com Motta, ele segue alinhado “com a missão de defender os interesses da população brasileira, promovendo valores como patriotismo, liberdade econômica, segurança jurídica e respeito às instituições democráticas”.