Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (29), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prestou solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se recupera de complicações médicas, e ao lado do senador Flávio Bolsonaro, aproveitou para criticar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e reafirmar sua defesa da anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Acompanhado de aliados, Tarcísio classificou a visita como um gesto de amizade, mas o encontro ganhou tom político. “É muito triste ver o presidente na situação em que está, sofrendo as consequências do atentado covarde que quase ceifou sua vida. Nós estamos aqui para estender a mão, sem interesse algum, apenas para reafirmar que estamos juntos”, disse.
Críticas ao STF e pedido de “autocontenção”
O senador citou editorial da Folha de S.Paulo publicado na edição desta sexta-feira, que defendeu maior moderação da Corte após a condenação de Bolsonaro. “Espero que o ministro Fachin, que assume agora a presidência do STF, tenha sabedoria para promover a autocontenção. Foi tudo o que não tivemos até hoje”, afirmou.
Flávio Bolsonaro também criticou o que chamou de “excessos” em medidas cautelares contra o ex-presidente. “Bolsonaro foi preso em uma ação em que sequer foi denunciado. Até agora, não vimos resposta do ministro relator”, completou.
Apoio à anistia
Sem tratar do tema diretamente com Bolsonaro, Tarcísio reafirmou sua posição a favor da anistia ampla, em contraste com propostas de redução de penas ou medidas parciais em discussão no Congresso. “Defendo a anistia como fator de pacificação. Muitos já cumpriram pena, entenderam que a depredação é condenável. Não é impunidade, é abrir caminho para a paz”, declarou.
Segundo o governador, reduzir penas não resolveria a situação. “É uma grande injustiça manter investigações que acabam servindo de instrumento de pressão política. A anistia tem que ser para todos, incluindo o presidente Bolsonaro.”
Projeto político
Questionado sobre 2026, Tarcísio reiterou que será candidato à reeleição em São Paulo, mas indicou unidade com Bolsonaro e partidos de centro-direita na disputa presidencial. O senador decretou: “Estaremos juntos para recolocar o Brasil nos trilhos a partir de 2027”, disse.
Ele ainda citou os desafios fiscais e de segurança pública do país. “O Brasil tem problemas sérios, mas também soluções. Nós temos fórmulas e receitas que podem dar certo, e vamos lutar por isso.”