Segurança de shopping confunde ação de conscientização de autismo com protesto e barra AMA em Rio Preto; Podcast debate preconceito

Rodrigo Lima

Seguranças de um shopping de Rio Preto, localizado na avenida José Munia, barrou a ação feita pela Associação de Amigos dos Autistas (AMA) na sexta-feira, 31, por conta da celebração do Dia de Conscientização sobre o Autismo neste domingo, 2. A direção do shopping alegou que os seguranças confundiram a ação feita por professores e alunos como um protesto, além do grupo não ter autorização prévia para realizar a ação. Por meio de sua assessoria, o shopping lamentou o mal entendido e quando a autorização foi dada o grupo já havia ido embora.

No momento em que o grupo estava sendo barrado no shopping, a presidente da AMA, Lígia Tavares, estava na gravação do Podcast Diário do Rodrigo Lima, justamente, falando sobre as dificuldades e preconceitos que os autistas enfrentam no dia a dia. E neste domingo, 2, a data é voltada para a conscientização da sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e para que mais pessoas tenham o diagnóstico precoce que é de extrema importância para o seu desenvolvimento.

Ela afirma que toda forma de ver e sentir o mundo precisa ser respeitada. Lígia faz um alerta sobre a importância de termos uma sociedade com mais inclusão e menos preconceito. “Chegou até os três anos de idade e a criança não fala. É preciso começar a se preocupar”, afirmou.

Durante a gravação do Podcast, a presidente da AMA falou sobre a importância de se fazer o diagnóstico precoce e quais são os primeiros sintomas que podem ser o atraso na fala, a falta de socialização com outras pessoas, movimentos repetitivos, sensibilidade ao som alto entre outros. Por isso, é importante a realização de exames que possam confirmar o diagnóstico.

Lígia tem um filho autista com 8 anos. Ela disse que ele falou a primeira palavra há cerca de 20 dias. Ela disse que a primeira palavra não foi “mamãe”, mas sim “girafa”. “A música foi essencial”, afirmou a presidente da AMA. “Se o meu filho pode, outros autistas podem”, afirmou Lígia ao dizer que o seu filho é o nível 3 de autismo, o mais severo.

Ela comentou ainda sobre o abandono do pai após descobrir que a criança é autista.Lígia cita que o abandono afetivo do pai é uma realidade. A partir daí, ela destaca a importância do trabalho da associação em auxiliar a mãe e a criança. “Às vezes não há aceitação na mesma família”, afirmou Lígia ao dizer que o apoio é fundamental para superar o “luto emocional”.

Atualmente, a AMA atende 70 autistas e foi fundada há 34 anos. Ela fala sobre os serviços prestados e os atendimentos das famílias. Os atendimentos são feitos no contraturno da escola. “Não tem vaga porque temos uma fila de espera com mais de 30 crianças”, afirmou Lígia.

Na gravação, a presidente da AMA falou sobre evento que será realizado no dia 13 de abril no Rancho do Cabeça para a arrecadação de recursos para a manutenção da associação.

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