Rapaz acusado de matar médica é indiciado por homicídio em Rio Preto

Rodrigo Lima
Médica Thallita da Cruz Fernandes foi encontrada morta em flat em Rio Preto/imagem – redes sociais

O delegado de Homicídios da Deic de Rio Preto, Alceu Lima de Oliveira Júnior, indiciou Davi Izaque Martins pelos crimes de homicídio qualificado pela morte da sua namorada, a médica Thallita da Cruz. O crime é investigado desde o dia 18 de agosto.

A Justiça já havia decretado a prisão preventiva de Davi. Além do homicídio, o delegado concluiu que o crime foi cometido com quatro qualificadoras: crueldade, torpeza, traição, além de feminicídio. O rapaz foi levado para a cadeia pública de Catanduva.

Martins é suspeito de colocar o corpo da mulher em uma mala (leia mais detalhes abaixo). “Diante do conjunto probatório elencado até o presente, que desfavorece o investigado em grande medida, a conversão de sua prisão temporária em preventiva era esperada pela Polícia Civil. Ele será transferido para o CDP local, onde aguardará julgamento pelo crime”, consta em nota emitida pela Polícia Civil.

A defesa do rapaz tentou uma liminar com o objetivo de anular a decretação da prisão dele. O pedido foi negado pelo desembargador Diniz Fernando Ferreira da Cruz, que deverá analisar o mérito do em Habeas Corpus (HC) protocolado no Tribunal de Justiça pela defesa do acusado no final do mês passado.

“Com efeito, a princípio, não se infere constrangimento ilegal evidente, pois, de acordo com a representação, há elementos indiciários que acenam para a possibilidade do paciente ser o autor de crime grave, consistente no homicídio de sua namorada, após uma discussão”, consta no despacho do desembargador. “Além disto, em liberdade, ele poderia dificultar a apuração dos fatos, salientando que há diligências pendentes, a exemplo da reprodução simulada dos fatos e a perícia dos objetos apreendidos juntamente com o cumprimento do mandado de prisão, justificando, por ora, a imprescindibilidade da medida para as investigações”, consta no despacho do desembargador.”

Davi foi preso e levado para a sede da Deic no dia 19 de agosto – clique aqui para assistir ao vídeo. A defesa pediu ao Tribunal, no mérito do HC, a revogação da prisão de Davi e a expedição do alvará de soltura. Esse pedido ainda não foi analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

O Diário do Rodrigo Lima teve acesso ao pedido apresentado pela defesa de Davi ao TJ-SP. A decretação da prisão ocorreu após o corpo de Thallita ter sido encontrado dentro de uma mala por policiais militares no apartamento em que ela vivia na cidade. O rapaz, que era seu namorado, tinha acesso ao imóvel.

“Iniciada a fase de investigação e com base em presunções e clamor popular, a autoridade policial representou pela decretação da prisão temporária do paciente. Houve manifestação favorável do Ministério Público”, consta no HC impetrado por Godoy.

De acordo ainda com a defesa do acusado, “o magistrado plantonista, à míngua de qualquer fundamentação objetiva, e tomando com base a gravidade em abstrato do crime em si, decretou a prisão temporária do paciente”. A prisão foi cumprida no dia 19 de agosto de 2023

No HC, a defesa de Davi questiona a fundamentação utilizada para a decretação da prisão  temporária do rapaz. Com a decisão, ele foi detido pelo prazo de 30 dias.

De acordo com o conteúdo do HC, a defesa afirma ainda que “a revogação da prisão não trará (e não se tem elementos concretos para tal), nenhuma interferência nas investigações”.

No seu pedido de prisão temporária, o delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior afirmou que a única pessoa a sair do apartamento da vítima foi Davi.

Caso
Policiais Militares foram até o flat onde Thallita morava, na Vila Imperial, e encontraram testemunhas no local. Uma amiga manteve contato via WhatsApp com a vítima a pedido de sua mãe, já que não havia conseguido falar com a filha.

Chamou a atenção da testemunha que Thallita teria lhe dito que “não poderia falar mais pois o dia de serviço dela estava muito corrido”, mas na verdade, a amiga sabia que este dia seria a folga dela nos plantões médicos do Posto de Saúde da cidade de Bady Bassitt. Ela enviou novas mensagens e sem conseguir respostas decidiu acionar a Polícia Militar.

Mediante autorização do proprietário do flat, onde o crime ocorreu, com a ajuda de um chaveiro foi aberta a porta de serviço onde então os policiais depararam-se com o banheiro ensanguentado e a porta do quarto trancada. Essa outra porta também foi aberta.

De acordo com o delegado, o quarto também estava ensanguentado e, na área de serviço, havia uma mala onde estava o corpo de Thallita nu. Estava com ferimentos de faca pelo rosto.

 

 

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