Polícia Federal deflagra operação no combate à lavagem bilionária de dinheiro do comércio e extração ilegal de ouro em Rio Preto

Rodrigo Lima
Dez mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Rio Preto e São Paulo. A PF apurou que em pouco mais de quatro anos, o grupo criminoso teria movimentado mais de três bilhões de reais do garimpo ilegal de ouro no Mato Grosso e Pará/imagem – divulgação
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 10, a “Operação AQUA FORTIS*” no combate à lavagem bilionária de dinheiro proveniente da extração e comércio ilegal de ouro em garimpos do Mato Grosso e Pará. Cerca de sessenta policiais federais estão cumprindo nove mandados de busca e apreensão em Rio Preto e um na cidade de São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de São Paulo.
Durante as investigações, a PF identificou um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresários que comercializavam ilegalmente ouro com a utilização de vários artifícios criminosos, dentre eles a criação de empresas de fachada e a utilização de “laranjas” com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos bilionários movimentados nas contas dos investigados. A movimentação de recursos financeiros sem origem lícita foi de aproximadamente R$ 3 bilhões somente nos últimos quatro anos.
Após a representação da PF, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos investigados até o montante de R$1,3 bilhão. Entre os bens bloqueados estão imóveis, veículos, além de ativos financeiros identificados no decorrer das investigações. Um dos investigados na operação é caçador profissional e teria em sua residência objetos relacionados à caça que também estão sendo alvo das buscas com o apoio de equipe de fiscalização do IBAMA.
Dinheiro e ouro apreendidos durante a operação/imagem – divulgação
Todo o material apreendido será levado até a sede da PF em Rio Preto para serem analisados no interesse das investigações em curso. Os investigados poderão responder, na medida de suas condutas, pelos crimes de extração e comércio ilegal de ouro (Lei nº 8.176/91), lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Operação foi denominada de “Aqua Fortis”, pois este era o nome dado na idade média para o “ácido nítrico”. O uso deste ácido é o método mais utilizado para obter a purificação/limpeza do ouro.

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