A Polícia Civil de São Paulo prendeu integrantes de uma quadrilha especializada no golpe do falso sequestro investigada por envolvimento em um homicídio ocorrido em outubro de 2025, em São José do Rio Preto, no interior do estado. As prisões fazem parte da segunda fase da Operação Falso e Real, deflagrada pela DEIC (Divisão Especializada de Investigações Criminais) da região, com apoio de forças policiais de outros estados.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Mirassol e Santo André, em São Paulo, além de Salinópolis, no Pará. A operação é conduzida pela 3ª Delegacia de Homicídios do Deinter-5, com apoio do GOE (Grupo de Operações Especiais), da unidade Seccold e da Polícia Civil do Pará.
O crime que deu origem às investigações ocorreu no dia 6 de outubro de 2025, no bairro Macedo Telles, em Rio Preto, e teve como pano de fundo um conflito interno entre membros da própria organização criminosa. Segundo a polícia, os investigados A.L.S.S., A.J. e T.M.S. integravam um grupo responsável por aplicar golpes de falso sequestro na capital paulista.
De acordo com os investigadores, A.L. teria desviado cerca de R$ 600 mil dos valores arrecadados com os crimes, o que motivou represálias por parte dos comparsas. Para pressioná-lo a devolver o dinheiro, A.J. e T.M. viajaram até Rio Preto, onde sequestraram a mãe e a irmã de A.L., mantendo as vítimas em cárcere privado sob ameaça de morte.
Ainda segundo a apuração, mesmo escondido na região Norte do país, A.L. indicou aos sequestradores um condomínio onde mantinha um apartamento. Em vez de acionar as forças de segurança, ele teria pedido ajuda a um amigo, identificado como F.G.S.F., de 23 anos, barbeiro e morador de Mirassol, para tentar intervir no sequestro.
F.G. teria se armado e recrutado outro homem, J.G.A.A., para se deslocar até o bairro Macedo Telles. No local, houve confronto armado entre os envolvidos. T.M.S. foi atingido por disparos e morreu no local. Já J.G. ficou gravemente ferido e precisou ser socorrido em estado grave.
Após o episódio, a Delegacia de Homicídios assumiu a investigação e conseguiu reconstituir a dinâmica do crime. Com a conclusão das apurações iniciais, a Polícia Civil solicitou à Justiça os mandados de prisão temporária e de busca.
Na operação deflagrada nesta semana, A.L. foi localizado e preso no Pará por agentes da Polícia Civil de Salinópolis. A.J. foi capturado em Santo André pelo GOE da Polícia Civil paulista. Já F.G.S.F., que permanecia foragido, foi preso em Mirassol por equipes da DEIC/DEINTER-5. Segundo os investigadores, ele é apontado como um dos executores de Tiago Marcelino dos Santos, vítima fatal do confronto.
A Polícia Civil afirma que as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos e apurar todos os desdobramentos relacionados à organização criminosa. Em nota, a corporação informou que a operação busca responsabilizar os autores por crimes de homicídio, extorsão mediante sequestro e associação criminosa.
