Agora segura essa notícia quente dos bastidores da política de Rio Preto: o vereador Alexandre Montenegro (PL), recém-oficializado como líder do governo na Câmara de Rio Preto, deve se afastar da Guarda Civil Municipal para se dedicar integralmente à articulação política em defesa do prefeito Coronel Fábio Candido (PL).
A confirmação veio durante entrevista exclusiva para o podcast Diário do Rodrigo Lima, a primeira concedida por Montenegro já na condição de líder do governo. “Provavelmente eu vou afastar da guarda. Tem que participar dos eventos, acompanhar os vereadores, saber porque o vereador não foi em evento do governo, o que está acontecendo”, disse Montenegro.
Sem rodeios, admitiu que deve formalizar o afastamento em breve: “É uma decisão difícil, porque a Guarda é a minha vida. Cheguei nela com 18 anos, sou do segundo concurso, e se eu estou aqui hoje, devo a Deus, à minha família, às pessoas que passaram na minha vida e à Guarda Municipal”, afirmou, visivelmente emocionado.Afastamento sem remuneração
Hoje, Montenegro acumula os dois vínculos, trabalhando como guarda durante a noite e como vereador durante o dia. Mas ele próprio reconhece que, com as novas responsabilidades, o ritmo fica insustentável: “É um desgaste. Muitas vezes, mesmo na noite da folga, a gente tem compromisso cedo ou vai para São Paulo. Com essa nova posição, eu acredito que vou afastar para colocar total energia nisso”, reforçou.Questionado sobre o motivo de ter sido escolhido pelo prefeito para a liderança do governo na Câmara, Montenegro destacou a construção de uma relação de confiança sólida com o Coronel Fábio desde o início da pré-campanha. “Estou com o Coronel desde o começo. Acredito que ele quis me testar, me dar uma oportunidade dentro de um potencial novo. Agora cabe a mim honrar essa oportunidade”, afirmou.
Nos bastidores, a escolha de Montenegro também é lida como um movimento estratégico do prefeito, que aposta em um perfil conciliador, mas firme, para garantir estabilidade na base e evitar derrotas no plenário.
Desafios de liderar a base governista
Montenegro sabe que o caminho não será fácil. O plenário da Câmara, como ele mesmo reconheceu, é cheio de “cascas de banana”, como jogadas de bastidor, disputas internas e movimentações silenciosas da oposição e até mesmo de aliados.
“Cada um tem seus interesses e eu procuro ter uma boa entrada, um bom diálogo. A oposição faz parte do jogo democrático e eu respeito isso. O importante é manter o debate em alto nível e buscar consensos quando possível”, disse.
Ele afirma que está preparado para as adversidades, uma habilidade que, segundo ele, foi desenvolvida ao longo de seus 13 anos na Guarda Municipal.
“A farda te prepara para não agir sob emoção. A gente efetua prisões e sempre tive muita tranquilidade para isso. O plenário exige isso também: serenidade, preparo emocional e foco em estudar e dialogar”, afirmou.
Articulação direta
Na prática, Montenegro pode se tornar peça fundamental na engrenagem política do governo municipal. Ele revelou que mantém contato diário com o Coronel Fábio, além de uma linha direta com o chefe de gabinete, Coronel Carmona, e o secretário de governo, Dinho Alahmar.
“Temos uma relação direta. Eu falo aquilo que estou vendo de maneira aberta, sem pisar em ovos. O Coronel Carmona e o Dinho são muito experientes e têm me ajudado muito”, disse.
Montenegro aposta na comunicação fluida com o Executivo para manter a base alinhada e garantir que os projetos prioritários do governo avancem na Casa.
Outro ponto importante que Montenegro revelou com exclusividade ao Diário do Rodrigo Lima: ele já começou a mapear o comportamento dos vereadores da Câmara. Entender as movimentações, posicionamentos e eventuais resistências é, segundo ele, essencial para construir maioria.”Eu estudo cada parlamentar. Procuro entender o que pensam, o que esperam, e buscar o consenso quando for possível. Meu foco é sempre ter um debate de alto nível”, destacou.Essa estratégia foi percebida na última sessão, quando Montenegro ironizou a crítica do vereador Jean Dornelas (oposição), que insinuou que as parcerias público-privadas do governo visariam privatizar o Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae).
“Eu até brinquei que era primeiro de abril, porque é uma fake news que precisa ser combatida. O próprio Coronel já disse e repetiu: não há intenção de privatizar o SEMAE”, disse.
A entrevista também trouxe revelações sobre a trajetória de Montenegro, que já foi filiado ao MDB e rompeu com o grupo do ex-prefeito Edinho Araújo.
Ele não poupou críticas à gestão passada, especialmente na área da segurança pública, citando que a Guarda Municipal ficou anos sem investimento em estrutura, viaturas e armamento adequado.
“O ex-prefeito prometeu muito e entregou quase nada. Viaturas foram renovadas só no ano da eleição, equipamentos demoraram a chegar, e mesmo a base da Guarda tinha laudo da Defesa Civil alertando sobre rachaduras”, alfinetou
Montenegro garantiu que sua mudança de grupo político foi motivada por convicção ideológica e frustração com promessas não cumpridas. “Financeiramente, teria sido mais cômodo ficar do outro lado. Mas eu fiz uma escolha por acreditar no Coronel Fábio e na necessidade de mudar a cidade”, afirmou.
Preparado para o embate
Na reta final da entrevista, Montenegro deixou claro que sua atuação como líder do governo será firme, mas com diálogo aberto, buscando sempre a transparência e evitando personalizar os embates políticos.
“Eu nunca vou levar nada para o lado pessoal. Quero construir consensos, mas quando for preciso, vou defender com firmeza o governo e os nossos ideais”, concluiu.
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