A diretora da agência Comunic, Elaine Madalhano, foi a convidada do episódio desta segunda-feira (27) do Podcast Diário do Rodrigo Lima, e analisou o cenário político de São José do Rio Preto, de São Paulo e no Brasil com foco nas eleições de 2026. Referência em marketing e estratégia eleitoral, Elaine defendeu que a direita precisa manter-se unida para evitar derrotas e ressaltou o peso político de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, como um dos nomes mais fortes do país.
“O governador Tarcísio trabalha com cautela, e se eu fosse responsável pela comunicação dele, agiria da mesma forma. Ele evita o desgaste político, respeita as hierarquias e não antecipa movimentos. É uma postura correta e ética”, afirmou. Para a diretora da Comunic, a movimentação do governador tem sido “estratégica e cirúrgica”, ao manter seu nome em alta sem expor o grupo político a divisões internas.
Durante a entrevista, Madalhano destacou que o atual momento – a um ano da eleição municipal de 2026 – é de efervescência nas agências de comunicação. “É quando os candidatos começam a acordar. Uns mantêm o trabalho contínuo e colhem resultados; outros desaparecem e reaparecem só no período eleitoral”, explicou.
A especialista defendeu que a comunicação política hoje deve ser tratada de forma 360 graus, envolvendo imagem pessoal, discurso, presença nas redes e relacionamento com os veículos de imprensa. “Não existe mais comunicação digital ou institucional – existe comunicação. Tudo está integrado. O candidato precisa estar em todos os espaços e falar com todos os públicos”, pontuou.
Elaine também destacou o uso crescente da inteligência artificial (IA) no planejamento político, principalmente na análise de sentimento e comportamento de eleitores nas redes sociais. “A IA não substitui o ser humano. Ela precisa ser comandada. Quem dominar seu uso terá vantagem competitiva. Hoje usamos ferramentas que monitoram reações, comentários e até o silêncio dos eleitores – o silêncio fala”, afirmou.
Ao comparar os estilos de comunicação dos últimos governos, a publicitária apontou diferenças claras. “O governo federal atual investe fortemente em comunicação, usa humor e linguagem popular. Já o bolsonarismo ainda aposta em narrativas mais polarizadas. Em 2026, o eleitor estará cansado da guerra e vai buscar algo mais construtivo”, avaliou.
Para ela, o sucesso de uma campanha depende menos de fórmulas e mais de orquestração estratégica: “Toda campanha precisa de um maestro, alguém capaz de coordenar equipes e definir o tom certo. Comunicação é planejamento, é visão de futuro – é entender o que dizer, quando e como dizer”.
