Em visita à região de São José do Rio Preto, o deputado federal Coronel Tadeu (PL) afirmou que seu retorno ao Congresso ocorre em circunstâncias que classificou como uma “tristeza”. Ele assumiu a cadeira da deputada Carla Zambelli (PL), licenciada após ter a prisão preventiva decretada. “Para mim até é uma tristeza estar assumindo nessa condição”, disse o parlamentar, destacando que pretende representar tanto os eleitores dela quanto os seus próprios.
O deputado participou de entrevista no Podcast Diário do Rodrigo Lima e relatou que assumiu o mandato há poucos dias. Segundo ele, sua primeira agenda oficial no interior inclui uma reunião com cerca de cem vereadores, marcada para Adolfo, para discutir a poluição no rio Tietê causada pelo despejo de resíduos de usinas de álcool e açúcar. “A água está verde, com mau cheiro, mortalidade de peixes. Isso prejudica o turismo e os pescadores. Precisamos agir rápido”, afirmou.
Coronel Tadeu declarou que manterá as pautas conservadoras que defendeu em seu mandato anterior. Entre as primeiras iniciativas, citou o Projeto de Lei nº 2579 de 2025, que propõe o fim da audiência de custódia. “Isso é uma desmoralização da autoridade policial e incentivo à impunidade”, disse. Ele explicou que, embora tenha votado favoravelmente à criação do mecanismo em 2019, considera agora que seu efeito foi “muito perverso”.
O parlamentar também defendeu avanços na área da aviação, sua área de formação. Até poucos dias antes de tomar posse, atuava como piloto comercial de helicópteros no transporte de funcionários de plataformas marítimas. Ele pretende propor a criação de cursos superiores de piloto em universidades federais e relatou preocupações com o financiamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Questionado sobre sua relação com prefeitos e lideranças locais, Tadeu disse manter diálogo frequente com dezenas de municípios. O deputado relatou que, em São José do Rio Preto, tentou uma reunião com o prefeito mas não foi recebido. “Eu tomei um café e um chá de cadeira de 40 minutos”, contou, afirmando que não pretende insistir: “A política é dinâmica”.
Durante a entrevista, também comentou sobre o processo de anistia de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, tema que considera prioritário na retomada das atividades legislativas. “Tem que ser este ano. Eu espero que a gente paute em agosto ou setembro”, disse.
Ao falar sobre a eleição presidencial de 2026, Tadeu afirmou que Bolsonaro é seu único candidato, mas reconheceu que outros nomes da direita podem ganhar força. Ele mencionou Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Romeu Zema como opções competitivas. “A esquerda tem que se preocupar porque nomes para ganhar nós temos”, afirmou.
O deputado destacou ainda que seguirá próximo à região. “A vontade que eu tenho é de me mudar para cá. É gostoso estar aqui”, comentou, relatando que mantém contato regular com prefeitos e vereadores e que pretende trabalhar pelas demandas locais.
Durante a conversa, reafirmou seu alinhamento com a pauta conservadora e com o eleitorado bolsonarista. “Eu considero que eles não são inimigos, são adversários. A política é isso”, disse sobre a convivência com parlamentares da oposição.
