Oitenta e seis filhos e filhas, com idade de 2 a 83 anos, assinam o livro “O ser pai – sem capa nem espada, mas heroico”, que será lançado nesta quinta-feira, dia 11, no Riopreto Shopping Center, em Rio Preto.
Contadas na quase totalidade em prosa, mas algumas também em verso, as histórias homenageiam a figura que tanto se admira no lar, especialmente na infância, mas de certa forma por toda a vida, qualquer que seja seu papel na família ao longo dos anos.
Mais do que afetividade, a figura do pai costuma ser sinônimo de proteção, amparo, esteio, força, confiança, segurança, especialmente quando somos crianças. Mas também depois de adultos, maduros, mesmo velhos, ainda que em um reconhecimento muitas vezes temporão, como se revela no livro, escrito muito mais com o coração do que com a razão.
“A narrativa não disfarça que a maioria dos homenageados é de um tempo em que, diferentemente do atual, com tabus sepultados todos os dias, os pais eram sisudos, severos, calados, pouco ou nada comunicativos na verticalizada relação com a ninhada. Daí a dificuldade de, outrora, se dar voz ao majestoso e universal sentimento que verdadeiramente une cria e criador com uma frase tão trivial quanto profunda: o eu te amo”, afirma o organizador e editor do livro, o jornalista Edmilson Zanetti, que também assina as orelhas.
Daí o livro, que tem o selo da Editora Ponto Z, surgiu como espaço e oportunidade para, ainda que nunca mais ao vivo em alguns casos, porque a maioria dos homenageados já partiu, os filhos-autores se declararem publicamente. A expressão “eu te amo” aparece 19 vezes nos textos, com todas as letras, e outras tantas vezes de forma tangenciada.
A capa é assinada pela designer editorial e escritora Lucimar Canteiro e o prefácio, pelo professor poeta e contista Artur Ribeiro Cruz, para quem, nesta coletânea, “filhas e filhos recriam o pai perdido em palavra que vem à luz entre a memória crua e a idealização redentora. Pais buscam escrever a própria identidade entre as imagens do pai que tiveram e o desejo de transpor as limitações afetivas de uma masculinidade monolítica, dominante nas gerações anteriores”.