O deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB) emitiu nota oficial nesta sexta-feira, 8, para explicar uma colocação feita na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em relação à gestão do prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB). No dia 27 de fevereiro, falando de improviso, Valdomiro afirmou, durante discurso, que a cidade estava vivendo um “caos” na Saúde.
“Algumas vezes quando falamos de improviso, dizemos palavras que não são exatamente aquelas que queremos expressar. Foi o que aconteceu comigo durante o pequeno expediente na Alesp quando me referi à administração de Rio Preto. Não foi minha intenção ofender ninguém”, disse Valdomiro. “Minha indignação está relacionada à situação precária que a saúde de nossa cidade está vivendo. Área pela qual tenho total apreço e sempre tratei como prioritária”.
Ao fazer o desabafo, o deputado estadual do PSB lamentou a situação da Saúde, com a então recente demissão do secretário André Baitello e se referiu à gestão como “equivocada”, “uma gestão bandida”. Valdomiro disse que falou isso por conta da “falta de comprometimento com as pessoas que mais precisam”.
O Diário do Rodrigo Lima apurou ainda que o deputado estadual lamentou ainda ter se referido ao governo Edinho como tendo feito “dezenas de empréstimos irregulares”.
Veja abaixo a íntegra do discurso de Valdomiro na Alesp no dia 27 de fevereiro e divulgado nesta sexta-feira, 8, no diário oficial do Estado:
O SR. VALDOMIRO LOPES – PSB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente Gilmaci, companheiros deputados, deputadas, queridos assessores e assessoras da nossa Assembleia de São Paulo, telespectadores da nossa TV Alesp, dizer aqui um tema muito triste e importante para a minha cidade, para a minha região de São José do Rio Preto: o caos que estamos vivendo mais uma vez na área da Saúde.
Uma gestão equivocada, uma gestão bandida, vamos dizer assim, do atual governo municipal. E por que eu estou dizendo isso? Por conta da falta de comprometimento. Comprometimento com as pessoas que mais precisam. Um governo que fez dezenas de empréstimos irregulares, porque não são os empréstimos oficiais do governo.
Na verdade, existem os empréstimos do BNDES, existem os empréstimos… A atual gestão municipal destinou que faria empréstimos do Finisa, da Caixa Econômica Federal com juros altos, mais a taxa Selic, o que levou a um endividamento da prefeitura, não só neste ano de 2024, mas também para os
próximos quatro anos da futura administração que vai ficar em Rio Preto. Isso afetando grandemente as áreas que são fundamentais, como é a questão, especialmente, da Saúde.
próximos quatro anos da futura administração que vai ficar em Rio Preto. Isso afetando grandemente as áreas que são fundamentais, como é a questão, especialmente, da Saúde.
Acabamos de assistir agora a saída do secretário da Saúde, o doutor Baitello – até vou pedir que a nossa assessoria coloque aqui a manchete do jornal -, e a demissão de 160 pessoas que trabalhavam no convênio da Funfarme. Funfarme é a Faculdade de Medicina e Hospital de Base de Rio Preto.
O secretário pede demissão e diz que é por questões pessoais, mas eu conheço bem o secretário, é uma pessoa séria, e na verdade ele se demitiu porque ele sabe que está ficando inadministrável a questão da Saúde na cidade de São José do Rio Preto.
Ele se demite por conta que ele também já tem conhecimento que, além dessas 160, mais demissões vão acontecer com médicos, enfermeiros e outros agentes da Saúde que trabalham nas UPAs, nas UBS e que vêm através de uma contratação da Funfarme, Hospital de Base de Rio Preto.
Sem isso… Essas demissões, 160 que já aconteceram e mais um número expressivo que deve chegar, segundo o próprio sindicato SindHosp – o sindicato de enfermeiros de Rio Preto -, extra oficialmente e na própria notícia do jornal, se você colocar aí a próxima, pode chegar a 350 pessoas demitidas na Saúde.
Todo mundo assiste isso como se fosse uma coisa natural, uma coisa normal. Na verdade, é a péssima gestão, é a gestão temerária que está acontecendo em Rio Preto. Quando se prioriza fazer obras, grandes obras… Eu não sou contra fazer grandes obras, mas eu acho que o Poder Público tem um orçamento, e nós temos que priorizar aquilo que é mais importante.
Aliás, eu comparo muito o administrador público a um pai de família administrando sua própria casa. Se a sua casa está rachada, trincada, ameaçando até cair, mas se o seu filho está doente e você tem dinheiro ou para reformar a casa ou para salvar a vida do seu filho, qual opção que você faz?
Você trata do seu filho e deixa a reforma da casa para depois. Assim tem que ser o verdadeiro administrador público, quer seja ele prefeito, deputado, governador, presidente da República, enfim… Assim tem que se portar, na verdade, se sensibilizando com as pessoas que mais precisam.
Então, fica aqui, Sr. Presidente, esse protesto meu veemente, desta tribuna da Assembleia de São Paulo, na defesa das pessoas. É importante que agora a Câmara Municipal se movimente, que a imprensa do bem se movimente, que os defensores da Justiça se movimentam para que isso seja apurado às suas últimas consequências.
Obrigado, Sr. Presidente, pela oportunidade.