Mulher é morta por asfixia pelo marido dentro de carro em Rio Preto

Rodrigo Lima
Caso foi registrado na DDM de Rio `Preto/imagem – Rodrigo Lima 23/4/2025

Uma mulher de 47 anos foi morta por asfixia, na madrugada desta sexta-feira (20), dentro do próprio carro, em uma via pública de São José do Rio Preto. O autor do crime é o marido da vítima, de 60 anos, que foi preso em flagrante.

O crime ocorreu após uma madrugada em que o casal frequentou bares na cidade. De acordo com o relato do suspeito à polícia, uma discussão teria começado durante o trajeto de volta para casa, motivada por uma suposta crise de ciúmes da companheira.

Ainda segundo a versão do homem, a mulher o teria agredido fisicamente com tapas e mordidas dentro do veículo. Para contê-la, ele afirma que aplicou uma chave de braço, apertando o pescoço da vítima até que ela perdesse os sentidos. Ao perceber que a mulher não reagia mais, dirigiu até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Santo Antônio, onde os profissionais constataram a morte.

A Polícia Civil trata o caso como feminicídio. O homem permanece preso na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Rio Preto. A perícia foi acionada e realizou exames no veículo usado no crime.

Dados revelam avanço da violência letal contra mulheres
O assassinato se soma às estatísticas crescentes de feminicídios no Brasil, fenômeno que segue em níveis alarmantes. Segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, foram registrados 531 feminicídios em nove estados brasileiros, incluindo São Paulo, somente em 2024. Isso equivale a uma mulher morta a cada 17 horas.

Números do Mapa da Violência de 2024 apontam que, em todo o país, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio no ano passado — cerca de quatro mortes por dia. Apesar de uma leve redução de 5% em relação a 2023, especialistas alertam que os índices seguem elevados e expõem a persistência da violência de gênero.

No estado de São Paulo, os números também preocupam. Somente no primeiro semestre de 2024, foram registrados 124 feminicídios — um aumento de 8,8% na comparação com igual período de 2023. A região do Deinter-5, que abrange Rio Preto e cidades vizinhas, registrou um crescimento de 200% nos casos.

Combate e rede de proteção
Diante do cenário, a rede de enfrentamento à violência de gênero tem se fortalecido, embora ainda enfrente desafios. Em Rio Preto, a Patrulha Maria da Penha, ligada à Guarda Civil Municipal, realizou em 2024 mais de 3 mil visitas de fiscalização de medidas protetivas e prendeu 96 agressores. Ao todo, 1.364 mulheres foram atendidas pelo programa.

A nível nacional, o combate à violência conta com serviços como o Ligue 180, central de denúncias que funciona 24 horas, e com a atuação de abrigos e centros de acolhimento para mulheres em risco.

O caso segue em investigação pela Polícia Civil de São José do Rio Preto. A hipótese de legítima defesa apresentada pelo suspeito será confrontada com os laudos periciais e depoimentos colhidos no inquérito.

A delegada da DDM de Rio Preto, Dálice Ceron, participou recentemente do Podcast Diário do Rodrigo Lima – Clique aqui para assistir.

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