O Ministério Público de Pernambuco confirmou, na sexta-feira, 20, ter requerido a substituição das prisões dos investigados na Operação “Integration” por medidas cautelares até a realização de novas diligências. A operação ganhou repercussão nacional especialmente por envolver a influenciadora digital Deolane Bezerra, de 36 anos.
De acordo com a nota emitida pelo MP, o pedido foi formalizado após uma “minuciosa análise” da investigação que indicou a necessidade de diligências complementares para “embasar a acusação formal” dos investigados. Não foram divulgadas quais seriam as medidas cautelares indicadas.
“Por evidente, as prisões preventivas já deferidas e executadas devem ser substituídas por outras cautelares de que trata o Código de Processo Penal, posto que o lapso temporal necessário ao cumprimento das novas diligências implicaria, inevitavelmente, em constrangimento ilegal”, consta na nota.
A eventual soltura de investigados não foi mencionada. A investigação envolve uma organização criminosa suspeita de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Deolane tem afirmado ser vítima de “injustiça”.
Na nota, os promotores à frente do caso destacaram a necessidade de sigilo sobre as novas diligências, “no intuito de esclarecer, de forma convincente, os fatos sob investigação e individualizar, de forma clara, a conduta de cada um dos investigados”. Não há publicação sobre o tema nas redes sociais da influenciadora digital, que chegou a veicular cartas escritas à mão nas últimas semanas.
De acordo ainda com os investigadores, não haverá “qualquer outra manifestação sobre o assunto neste momento”. “O requerimento de novas investigações (…) não descuida da manutenção de algumas medidas cautelares já deferidas e impostas, sem prejuízo de que outras possam ser aplicadas ao caso concreto”. “Devem permanecer hígidos os atos processuais consistentes em buscas e apreensões de bens e valores, bem como as suas indisponibilidades”, afirmaram.
Entenda o caso
A Operação Integration cumpriu pelo menos 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foi pedido o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. E 19 mandados de prisão.
A apuração do caso começou com a apreensão de R$ 180 mil. A suspeita é da suspeita de um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última é a que teria motivado a prisão de Deolane.