
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reuniu cerca de 60 deputados estaduais de sua base para um almoço no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira (1º). O encontro, fechado à imprensa, começou com atraso e registrou a ausência de cinco parlamentares.
Ao lado dos deputados Danilo Campetti (Republicanos), Itamar Borges (MDB) e Valdomiro Lopes (PSB), o governador confirmou a sua vinda, em breve, à região de São José do Rio Preto para anunciar novos investimentos. A inauguração do Hospital de Mirassol é um dos principais projetos que deixará o papel após anos de espera por parte da população.
Durante pouco mais de uma hora de discurso, Tarcísio reforçou compromissos com os aliados, mas evitou tratar de forma direta sobre seu futuro político em 2026. Embora tenha afirmado dois dias antes, em Brasília, que disputará a reeleição no governo paulista, desta vez o governador não repetiu a declaração.
Segundo relatos de deputados presentes, Tarcísio teria dado sinais de que pretende continuar no estado, mas sem explicitar a decisão. “Ele falou que vai ajudar na reeleição dos deputados, subir no palanque de cada um, mas não disse claramente que será candidato à reeleição”, disse um parlamentar ouvido pela reportagem.
A eventual candidatura presidencial também não foi abordada de forma direta, mesmo quando aliados tocaram no assunto. O presidente da Alesp, André do Prado (PL), chegou a afirmar que “o povo brasileiro quer ser abençoado com Tarcísio na presidência”. O governador, no entanto, ignorou a fala.
Foco no Estado e recados ao PT
De acordo com integrantes do governo, a reunião teve como objetivo fortalecer o alinhamento político em São Paulo e reforçar a defesa da gestão. Tarcísio teria pedido empenho dos deputados para combater o que chamou de “mentiras do PT”.
Em determinado momento, o governador fez referência a uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Favela do Moinho, no centro da capital, em julho. Ele citou a prisão, dias depois, de uma mulher apontada como ligada ao tráfico de drogas que aparecia em fotos ao lado de Lula. Segundo um deputado presente, Tarcísio comentou que, se fosse o contrário, o PT exploraria politicamente o episódio, mas que ele não faria o mesmo.
A fala remete a uma publicação feita pelo governador em 8 de agosto, quando escreveu que a criminalidade se beneficia da permanência da favela e que sua gestão pretende devolver o centro da cidade “às pessoas de bem”.
Reforço político
Sem entrar em temas nacionais, como a anistia aos condenados do 8 de janeiro ou a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar preventiva, Tarcísio buscou manter o encontro restrito às pautas estaduais. Ao final, agradeceu o apoio recebido na Alesp.
O almoço, que contou com peixe, carne vermelha, refrigerante e água, também foi lembrado por deputados como um gesto simbólico de aproximação.
Com a base alinhada, o governador pretende reforçar o discurso de estabilidade em São Paulo, mesmo em meio às especulações sobre 2026.