Com apoio de Marcondes e Motta, Kiko é eleito prefeito de Neves Paulista neste domingo

Rodrigo Lima
Kiko e Marcondes comemoram vitória em eleição suplementar em Neves Paulista/imagem – divulgação

A eleição suplementar deste domingo, 6, em Neves Paulista, teve resultado expressivo nas urnas, mas a disputa foi decidida mesmo foi nos bastidores do poder — onde nomes graúdos do PL atuaram longe dos holofotes. Com 3.695 votos – o que corresponde a 79,24% dos votos válidos – , Kiko Rossali (PL), da coligação Renova Neves – formada pelo PL, Podemos e União Brasil -, saiu vitorioso sobre Betinho Milani (PSD), que recebeu 968 votos – o que corresponde a 20,76% dos válidos.

Mas o que pouca gente viu foi o peso da articulação capitaneada pelo vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes, e com o apoio do deputado federal Luiz Carlos Motta, ambos do PL. Marcondes se dedicou pessoalmente a costurar apoios e garantir que a base do partido na região fosse toda mobilizada para dar sustentação à candidatura de Kiko. A ordem era clara: transformar Neves Paulista num caso emblemático de força do PL, consolidando a presença do partido na região para a eleição de 2026.

A vitória folgada nas urnas foi, segundo aliados, uma resposta direta às tentativas de outros grupos políticos de emplacar a narrativa de que o PL estaria fragilizado após as turbulências da eleição de 2024, anulada pela Justiça Eleitoral. A participação de Marcondes e Motta foi decisiva para unificar palanques locais e evitar a fragmentação que já se desenhava no cenário pré-eleitoral.

Operação PL em campo

Desde fevereiro, quando o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou a eleição suplementar no município o PL intensificou as conversas de bastidor. Guinu, que liderava a coligação Renova Neves na eleição anulada, teve sua candidatura impugnada por condenação criminal por furto privilegiado. Ele foi acusado de cortar a ligação elétrica de uma propriedade rural em Bady Bassitt após um desentendimento sobre pagamento e, por isso, condenado a um ano de prisão em regime aberto.

Com o cenário embaralhado, o comando estadual do PL viu na eleição a oportunidade de dar um recado político – e acionou seus quadros mais experientes. Fábio Marcondes, que tem trânsito livre entre prefeitos e vereadores da região, trabalhou para pacificar divergências locais e atrair partidos da coligação anterior para a nova campanha de Kiko Rossali. O Podemos, que já tinha Helio Carvalho como vice na chapa, e o União Brasil embarcaram rapidamente na aliança, ajudando a construir uma frente ampla.

Paralelamente,  Motta, que tem forte articulação no Congresso Nacional, entrou em campo garantindo apoio à campanha.

Se por um lado a vitória de Kiko serviu para afirmar a força do PL no cenário local, por outro deixou o PSD com sinal de alerta. A chapa liderada por Betinho Milani, com Sirlei Maria da Costa de vice, amargou apenas 20,76% dos votos válidos

Tabuleiro estadual

A movimentação do PL em Neves Paulista não passou despercebida pelo Palácio dos Bandeirantes. Integrantes do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) acompanham com atenção o avanço do PL em redutos do interior, cientes de que a sigla será peça-chave no xadrez da sucessão estadual.

Para aliados de Tarcísio, a vitória de Kiko reforça a necessidade de manter o canal de diálogo aberto com os caciques do partido. O PL está se organizando para crescer em 2026.

 

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