Acusado de matar médica é denunciado à Justiça pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver em Rio Preto

Rodrigo Lima
Davi Izaque usou boné e evitou olhar diretamente para as câmeras/imagem – reprodução

O Ministério Público (MP) denunciou à Justiça Davi Izaque Martins pela morte da médica Thallita da Cruz Fernandes nesta terça-feira, 26. O rapaz foi acusado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, já que após assassinar a sua namorada, ele tentou esconder o corpo em uma mala no dia 18 de agosto.

O Diário do Rodrigo Lima apurou que o rapaz teria desferido mais de 30 facadas na mulher, que sofreu o ataque enquanto dormia. O delegado de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), Alceu Lima de Oliveira Júnior, além do crime de homicídio, apontou quatro qualificadoras: crueldade, torpeza, traição, além de feminicídio

A reportagem apurou ainda que a médica teria tentado se defender devido aos ferimentos em suas mães e a quantidade de sangue existente na parede e no chão. Davi não teria aceitado o fim do relacionamento, o que foi considerado um motivo torpe pela Polícia Civil e condição acatada pelo Ministério Público – que considerou ainda os apontamentos relacionados a traição e o crime de feminicídio. A investigação realizada pela Polícia Civil foi muito elogiada pelo MP.

A denúncia do Ministério Público foi protocolada sem o laudo que deve indicar se houve ou não possível crime de vilipêndio a cadáver. Existe a suspeita de que o rapaz teria abusado do corpo da vítima após matá-la.

O caso será analisado pela juíza da 4ª Vara Criminal de Rio Preto, Maria Letícia Pozzi Buassi, que vai decidir se acata ou não a denúncia do Ministério Público, se pede mais alguma diligência ou se arquiva o caso.

Davi está preso na cadeia pública de Catanduva, já que foi decretada a sua prisão preventiva.

A defesa do rapaz tentou uma liminar, no início da investigação, com o objetivo de tentar anular a decretação da prisão dele. O pedido foi negado pelo desembargador Diniz Fernando Ferreira da Cruz, que deverá analisar o mérito do em Habeas Corpus (HC) protocolado no Tribunal de Justiça pela defesa do acusado no final do mês passado.

Entenda o caso
Davi foi preso e levado para a sede da Deic no dia 19 de agosto – clique aqui para assistir ao vídeo. A defesa pediu ao Tribunal, no mérito do HC, a revogação da prisão de Davi e a expedição do alvará de soltura. Esse pedido ainda não foi analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

O Diário do Rodrigo Lima teve acesso ao pedido apresentado pela defesa de Davi ao TJ-SP. A decretação da prisão ocorreu após o corpo de Thallita ter sido encontrado dentro de uma mala por policiais militares no apartamento em que ela vivia na cidade. O rapaz, que era seu namorado, tinha acesso ao imóvel.

“Iniciada a fase de investigação e com base em presunções e clamor popular, a autoridade policial representou pela decretação da prisão temporária do paciente. Houve manifestação favorável do Ministério Público”, consta no HC impetrado por Godoy.

De acordo ainda com a defesa do acusado, “o magistrado plantonista, à míngua de qualquer fundamentação objetiva, e tomando com base a gravidade em abstrato do crime em si, decretou a prisão temporária do paciente”. A prisão foi cumprida no dia 19 de agosto de 2023

No HC, a defesa de Davi questiona a fundamentação utilizada para a decretação da prisão  temporária do rapaz. Com a decisão, ele foi detido pelo prazo de 30 dias.

De acordo com o conteúdo do HC, a defesa afirma ainda que “a revogação da prisão não trará (e não se tem elementos concretos para tal), nenhuma interferência nas investigações”.

No seu pedido de prisão temporária, o delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior afirmou que a única pessoa a sair do apartamento da vítima foi Davi.

Mais detalhes 
Policiais Militares foram até o flat onde Thallita morava, na Vila Imperial, e encontraram testemunhas no local. Uma amiga manteve contato via WhatsApp com a vítima a pedido de sua mãe, já que não havia conseguido falar com a filha.

Médica Thallita da Cruz Fernandes foi encontrada morta em flat em Rio Preto/imagem – redes sociais

Chamou a atenção da testemunha que Thallita teria lhe dito que “não poderia falar mais pois o dia de serviço dela estava muito corrido”, mas na verdade, a amiga sabia que este dia seria a folga dela nos plantões médicos do Posto de Saúde da cidade de Bady Bassitt. Ela enviou novas mensagens e sem conseguir respostas decidiu acionar a Polícia Militar.

Mediante autorização do proprietário do flat, onde o crime ocorreu, com a ajuda de um chaveiro foi aberta a porta de serviço onde então os policiais depararam-se com o banheiro ensanguentado e a porta do quarto trancada. Essa outra porta também foi aberta.

De acordo com o delegado, o quarto também estava ensanguentado e, na área de serviço, havia uma mala onde estava o corpo de Thallita nu. Estava com ferimentos de faca pelo rosto.

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