VEJA VÍDEO – Marcondes fala sobre mudança de Centro Pop em Rio Preto

Rodrigo Lima

Durante audiência pública realizada na Câmara de São José do Rio Preto nesta quarta-feira, 4, o vice-prefeito Fábio Marcondes (PL) prestou esclarecimentos sobre a polêmica envolvendo a possível mudança de local do Centro Pop, equipamento que atende pessoas em situação de rua na cidade. Marcondes participou da primeira reunião do frente parlamentar formada no Legislativo e presidida pelo vereador pastor Jonathan Santos. Clique aqui para assistir a entrevista.

Marcondes foi direto ao afirmar que não existe decisão definitiva sobre mudança de local, tampouco qualquer imposição de empresários. “Quando assumimos a Prefeitura, o alvará do supermercado já existia. Não houve pressão. O governo não trabalha sob pressão, trabalha com estudo, impacto e política pública. Isso é coisa séria”, reforçou. Durante o encontro, alguns vereadores subiram o tom do debate – clique aqui e esse outro para assistir os vídeos.

Segundo o vice-prefeito, a questão dos moradores de rua não pode mais ser empurrada para gestões futuras. “Nós herdamos esse problema. O Centro Pop foi construído, mas não foi feito da forma correta. A própria OAB já apontou isso, cobrando itens básicos como alimentação, inclusão no mercado de trabalho e estrutura adequada”, afirmou.

A gestão municipal criou um comitê gestor para conduzir os estudos e propor soluções integradas. Marcondes, que representa a Prefeitura nesse comitê, pediu prazo de 30 dias para apresentar um diagnóstico mais amplo, envolvendo não apenas a questão do endereço do Centro Pop, mas, sobretudo, políticas públicas que enfrentem de forma estruturada a realidade dos moradores de rua.

“Não se trata apenas de localização”
Marcondes rebateu a ideia de que o prefeito teria anunciado a transferência do equipamento para o bairro Boa Vista. “O prefeito deu uma entrevista longa, em que mencionou contextos, possibilidades. Nunca houve uma definição de local. O que há é a determinação para estudar alternativas, inclusive mantendo o serviço onde está, mas reestruturado”, explicou.

Ele também confirmou que, caso o local atual seja mantido, há planos para instalar câmeras de segurança, melhorar a iluminação e intensificar a presença da Guarda Municipal por meio da atividade delegada.

Participação da sociedade e pressão política
O vice-prefeito elogiou a audiência pública por reunir diferentes setores da sociedade e vereadores. “Por muitos anos esse tema foi jogado para debaixo do tapete. Hoje, com apenas cinco meses de gestão, nós abrimos a discussão. Poderíamos ficar em silêncio e manter tudo como está, mas o prefeito nos orientou a enfrentar o problema. É isso que estamos fazendo”, disse Marcondes.

Sobre a atuação dos vereadores, afirmou respeitar todas as manifestações. “Fui vereador por 12 anos. Sei o valor desta Casa e o papel que cada parlamentar tem em ouvir o povo”, pontuou.

Descentralização em estudo
Marcondes também mencionou a possibilidade de ramificar os serviços de atendimento à população de rua, ao invés de concentrá-los em um único “super Centro Pop”, como chegou a ser cogitado em audiência anterior. “Vamos analisar se é mais eficiente ampliar convênios com casas de acolhimento como o Hospital Bezerra de Menezes, Casa do Cirineu e Madre Teresa, ou se realmente há necessidade de centralizar tudo em um único equipamento”, revelou.

O vice-prefeito confirmou que, apesar do alvará do supermercado já estar emitido antes do atual governo, foi solicitado ao grupo empresarial que ofereça contrapartidas sociais ao município. “Seja uma creche infantil, uma creche do idoso ou até apoio na reestruturação do próprio Centro Pop, o prefeito quer que quem investe na cidade também ajude a cidade”, explicou.

Próximos passos
Nos próximos 30 dias, o comitê gestor irá consolidar informações técnicas das Secretarias de Assistência Social, Trabalho, Saúde e outras áreas envolvidas, para então entregar um relatório conclusivo ao prefeito Fábio Cândido. A decisão final será do chefe do Executivo, após análise das propostas e impacto na cidade.

“Estamos lidando com vidas humanas. Não se trata de um problema simples, muito menos de uma questão política ou comercial. É um desafio social, e o governo está comprometido em dar uma resposta com responsabilidade, planejamento e justiça social”, concluiu Marcondes.

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