
Uma operação de rotina da Polícia Militar Rodoviária terminou com a prisão em flagrante de um homem por tráfico de drogas nesta quarta-feira (17/4), em Mirassol (SP), na Rodovia Washington Luís (SP-310), uma das principais rotas de acesso do interior paulista. A ação ocorreu no km 453 e expôs mais uma vez a relevância estratégica da região no escoamento de entorpecentes.
Segundo informações da 3ª Companhia do 3º Batalhão de Polícia Rodoviária (3º BPRv), durante patrulhamento ostensivo, uma equipe deu ordem de parada a um veículo modelo Honda Civic. O condutor, porém, ignorou o comando policial e tentou fugir, dando início a uma perseguição pelas margens da rodovia.
Apesar da tentativa de despiste, os policiais conseguiram interceptar o carro após um breve acompanhamento. Na abordagem, os agentes perceberam sinais de nervosismo do motorista e decidiram realizar uma vistoria minuciosa no automóvel. O que encontraram chamou atenção até dos policiais mais experientes: no porta-malas e sob o assoalho do banco traseiro, estavam escondidos 100 tabletes de maconha, totalizando impressionantes 79,7 quilos da droga.
A rodovia Washington Luís é conhecida por seu intenso tráfego de veículos e por ser uma das principais ligações entre o norte do Estado de São Paulo e a capital. Com isso, tornou-se também uma das rotas preferenciais para o transporte ilegal de entorpecentes vindos da fronteira com o Paraguai ou de regiões produtoras no Centro-Oeste.
O entorpecente apreendido nesta quarta-feira corrobora o histórico da rodovia como parte do chamado “corredor caipira” do tráfico, por onde circulam grandes carregamentos de drogas com destino a centros urbanos e até mesmo ao litoral paulista.
Após a apreensão, o caso foi imediatamente encaminhado à sede da Polícia Federal de São José do Rio Preto, onde o suspeito — que não teve a identidade divulgada — foi autuado em flagrante por tráfico de drogas. Ele permanece preso à disposição da Justiça e deve responder com base na Lei de Drogas (11.343/2006), que prevê penas de até 15 anos de reclusão.
A Polícia Federal agora deve investigar a origem da droga e o possível envolvimento do acusado com organizações criminosas. Uma das linhas iniciais de apuração considera que o suspeito fazia parte de uma rede de transporte de drogas por meio de mulas motorizadas, uma estratégia usada para fragmentar grandes carregamentos e dificultar a ação das forças de segurança.
Não é a primeira vez que Mirassol aparece como palco de apreensões de grande porte. Em operações recentes, outras cargas de maconha, cocaína e até armas foram encontradas em veículos abordados nas imediações do município, o que tem elevado o grau de atenção das autoridades rodoviárias para o trecho.
Em janeiro deste ano, por exemplo, um caminhoneiro foi preso no mesmo eixo da Washington Luís com mais de 120 kg de drogas escondidos em um fundo falso de sua carreta. Segundo especialistas em segurança pública, a combinação de localização estratégica, fácil acesso a outras rodovias e tráfego intenso faz com que a região siga como alvo prioritário de ações do narcotráfico.
Combate contínuo
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo tem intensificado operações integradas entre a Polícia Rodoviária, Polícia Civil, Polícia Federal e Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCO). O foco tem sido a repressão qualificada, com uso de tecnologias de monitoramento, sistemas de inteligência e aumento das blitzes móveis.
Mirassol e cidades próximas como Rio Preto, Bady Bassitt e Cedral estão sob constante observação por conta do elevado número de ocorrências relacionadas ao tráfico nos últimos anos.
O crime de tráfico de drogas é previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006 e engloba, além da posse para venda, o transporte e armazenamento de substâncias entorpecentes. O peso da carga apreendida nesta ocorrência pode agravar ainda mais a situação do suspeito, dificultando eventuais pedidos de liberdade provisória.
Por ser uma apreensão considerada de grande porte, o caso deverá seguir para uma investigação aprofundada que possa identificar os demais integrantes da rede e o destino exato da droga.