Um homem de 45 anos foi preso temporariamente nesta segunda-feira (28) pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São José do Rio Preto, após ser flagrado em imagens tocando a enteada de 11 anos durante uma live feita pela própria criança em seu quarto. A prisão é parte de uma investigação por estupro de vulnerável.
Segundo a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Dálice Ceron, que conduz o caso, a menina estava sozinha no quarto, brincando sobre a cama e fazendo uma transmissão ao vivo com o celular apoiado em uma cômoda. Durante a gravação, um homem aparece no vídeo e toca a parte superior do corpo da criança.
O caso veio à tona depois que um dos espectadores da live printou a imagem e a enviou à escola onde a menina estuda. A direção do colégio acionou o Conselho Tutelar, que notificou a Delegacia da Mulher.
“A escola recebeu esse material e, imediatamente, encaminhou ao Conselho Tutelar. Em seguida, fomos informados e instauramos o inquérito no final de semana”, explicou a delegada.
Prisão temporária
Sem informações iniciais sobre a identidade do homem, a DDM iniciou diligências para identificar o suspeito e ouviu a mãe da criança. Após confirmar que se tratava do padrasto da menina, a delegada representou pela prisão temporária, que foi concedida pela Justiça e cumprida na residência do investigado.
“Entendi que havia elementos suficientes para pedir a prisão temporária, garantindo assim a continuidade das investigações sem qualquer tipo de constrangimento às testemunhas”, afirmou Dálice.
A delegada também confirmou que viu o vídeo antes de tomar a decisão. “Em tese, o crime está configurado. Trata-se de estupro de vulnerável por conta da idade da vítima”, declarou.
Oitiva da vítima será feita por equipe especializada
Por se tratar de uma menor de idade, a criança não será ouvida diretamente na delegacia. A oitiva será feita em ambiente adequado, por equipe técnica do fórum, por meio de audiência de antecipação de provas.
“Ainda não temos informação se esse foi um fato isolado ou se já havia ocorrido antes. A oitiva da criança será essencial para entender a extensão dos fatos”, afirmou a delegada.
A mãe da menina já foi ouvida nos autos. Agora, a DDM pretende colher o depoimento de outras testemunhas que frequentavam a casa da família, com o objetivo de reunir mais elementos para o inquérito.
“Essas pessoas podem trazer informações importantes para reforçar as provas que já temos”, disse a delegada.
Atuação da escola e do Conselho Tutelar
A rápida atuação da comunidade escolar e do Conselho Tutelar foi considerada essencial para o andamento do caso.
“A imediatidade com que o caso foi tratado permitiu uma resposta rápida da polícia. A escola agiu prontamente, o que foi fundamental”, destacou Dálice Ceron.
Ela também reforçou que qualquer denúncia envolvendo crianças pode ser feita diretamente à DDM ou ao Conselho Tutelar. “Trabalhamos de forma totalmente alinhada. Quando o Conselho recebe, nos encaminha. E o mesmo ocorre do nosso lado. É um trabalho em equipe.”
A prisão do investigado tem validade inicial de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. As investigações seguem em andamento, e novas diligências estão previstas para os próximos dias.