VEJA VÍDEO – HCM nega ser ‘vilão’ ao negar atendimento à criança de 4 anos; diretores cobram novo protocolo

Rodrigo Lima
Médicos do HCM e o diretor da Funfarme Jorge Fares durante entrevista coletiva/imagem – 17/5/2024/reprodução
Diretores do HCM de Rio Preto e da Funfarme negaram ser os “vilões” no caso em que foi negado, em um primeiro momento, o atendimento de uma criança de 4 anos, conforme revelado pelo Diário do Rodrigo Lima nesta quinta-feira, 16. O diretor da fundação, médico Jorge Fares, disse que são constantes os desafios  relacionados à superlotação, especialmente durante os períodos sazonais de doenças infantis.
Com uma capacidade de 22 leitos de UTI pediátrica, o hospital chegou a abrigar 33 crianças internadas, um cenário que exige atenção e planejamento cuidadoso. De acordo com Fares, a situação se agrava quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) traz crianças para o HCM, mesmo sem a devida regulação e autorização. Essa prática impositiva gera um impasse, pois o hospital não possui condições de acomodar esses pacientes adicionais, colocando em risco a segurança e o atendimento adequado a todos os pacientes.
A criança ficou internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte por dias e acabou sendo transferida para o HCM. A mãe chamou a Polícia Militar após o hospital negar atendimento à menina. A criança acabou sendo atendida.
Fares enfatizou a necessidade de uma regulação eficiente e de uma abordagem estruturada para lidar com essa situação. Ele ressalta que o órgão responsável pela regulação, a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), deveria desempenhar um papel fundamental no encaminhamento adequado dos pacientes, evitando a chegada impositiva de crianças ao HCM. “A gente não pode ficar como vilão”, afirmou Fares.

O impasse ocorrido no atendimento à criança de 4 anos no HCM revela um problema recorrente de superlotação e inadequação de encaminhamentos. A situação gerou estresse e tensão para a família. Clique aqui para entender o caso. 

Além disso, o diretor-administrativo do HCM, Antônio Soares, cobrou uma melhor articulação entre os diferentes hospitais e serviços de saúde da região. Ele acredita que os hospitais na cidade, como a Santa Casa, poderiam absorver parte dessa demanda, permitindo que o HCM se concentre nos casos mais graves e de alta complexidade.

Representantes do reconhecem a sazonalidade das doenças infantis, especialmente durante os períodos de outono e inverno, quando a demanda por atendimento pediátrico aumenta significativamente. Para enfrentar essa realidade, o hospital se prepara antecipadamente, aumentando o número de leitos de contingência e adaptando sua estrutura para atender o maior número possível de crianças.

No entanto, mesmo com esses esforços, existem limites físicos e de recursos humanos que impedem o hospital de expandir indefinidamente sua capacidade. Essa situação delicada exige uma abordagem coordenada entre o HCM, a Secretaria Municipal de Saúde e o governo estadual, a fim de encontrar soluções sustentáveis para garantir o atendimento adequado a todas as crianças que necessitam de cuidados médicos.

Fares citou que o HCM é referência para os 103 municípios que compõem a Diretoria Regional de Saúde (DRS-15).

O HCM ressalta a importância de um diálogo constante e transparente com a Secretaria Municipal de Saúde e o governo estadual. Eles acreditam que essas instâncias têm um papel fundamental na regulação, organização e ampliação da rede de atendimento pediátrico na região.

Algumas das ações sugeridas incluem:

– Fortalecimento da CROSS para uma melhor regulação e encaminhamento dos pacientes
– Negociação com outros hospitais da cidade para que possam absorver parte da demanda, especialmente casos de menor complexidade
– Ampliação temporária da capacidade do HCM durante os períodos de maior sazonalidade
– Investimento em infraestrutura e recursos humanos para atender a crescente demanda pediátrica

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