VEJA VÍDEO – Guerra de gangues de adolescentes é alvo de investigação do Ministério Público em Rio Preto; ‘ou matam ou morrem’

Rodrigo Lima

O Ministério Público em Rio Preto investiga a existência de uma guerra de gangues com a participação de adolescentes com idades entre 14 anos e 18 anos. A promotora da Vara da Infância e Juventude Renata Sanches Fernandes Guerzone conta em detalhes a apuração em que menores são vítimas do homicídio ou da tentativa de homicídio, além do envolvimento com o tráfico de drogas.

Nesta quarta-feira, 22, a promotora disse que recebeu um caso em que o adolescente está respondendo por tráfico e passou por avaliação psicológica  e ele já foi vítima duas vezes de tentativa de homicídio. “Então, você verifica que eles não têm muito medo das consequências. Não sei se isso vem da adolescência. No próprio processo, eles falam que, ora, são autores, ora, são vítimas. Se não matar, eles morrem”, afirmou a promotora de Justiça.

De acordo com a representante do Ministério Público, os adolescentes com envolvimento nessa guerra não têm receio do que pode acontecer. “Mas quando são vítimas, infelizmente, aí a gente tem que apurar. E muitos deles são adolescentes contra adolescentes. Envolvimento por disputa de ponto de tráfico de drogas. É o domínio do tráfico”, disse Renata.

As investigações apontam que os adolescentes vendem a droga para um terceiro. “Eles estão sendo um instrumento ali do crime. Eles estão sendo mais um ali no meio, que se morrer, já é substituído por outro. Eles não entendem essa situação. Eles acreditam que estão no meio. Muitos deles se vangloriam por essa situação de serem autores de tentativa de homicídio”, afirmou Renata. “Mas a gente vê que é o tráfico e o maior de idade, na maioria das vezes, que está por trás de toda a situação”.

As disputas são entre adolescentes de bairros de Rio Preto. Como essas disputas são de bairros já bem delimitados, na própria Fundação Casa, também, eles já tentam, meio que, separar os adolescentes para que não aconteça brigas internas. Na própria instituição onde eles estão cumprindo a medida”, disse.

De acordo com a promotora, foram criadas pequenas facções de menores, divididos em bairros aqui dentro da Fundação Casa. “Então, às vezes, tem até que separar. No ano passado, tivemos caso que o adolescente teve que ser transferido para Ribeirão Preto, para não estarem juntos na mesma unidade em que parentes  ou foi vítima, foi autor do homicídio, então tentam separar para que não aconteça pior lá dentro”, consta.

Segundo a promotora, os adolescentes não demonstram arrependimento após cometer o crime. “Fiquei muito preocupada, o adolescente deu sete tiros num usuário que foi questionar a qualidade da droga e ele falou para mim, friamente:  que o último ele deu na cabeça porque ele queria ter certeza que ele tinha matado”.
O Ministério Público tem o mapeamento dos bairros: Vila Toninho, João Paulo II , Lealdade e Fraternidade. “Existe uma guerra de gangues mesmo”, afirmou a promotora.

O assunto da guerra de gangues de adolescentes já foi tema do Podcast Diário do Rodrigo Lima.

 

 

 

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