VEJA VÍDEO – Eleuses Paiva defende regionalização e aponta avanços em Rio Preto

Rodrigo Lima

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, destacou em entrevista, nesta quarta-feira 10, no Hopistal de Base (HB), em São José do Rio Preto, que a estratégia do governo de João Doria (PSDB) tem sido fortalecer a regionalização da saúde. A proposta é transferir decisões do poder central para cada região, de acordo com suas demandas específicas. Ele participou de encontro que reuniu representantes de municípios e contou com a participação do deputado estadual Itamar Borges (MDB).

“Não é possível adotar uma política única para todo o estado, porque cada região tem necessidades distintas. Em Araçatuba, o foco foi ortopedia e urologia; em Rio Preto, cardiologia”, afirmou. Segundo ele, o objetivo é evitar sobreposição de serviços, aumentar a eficiência do gasto público e atender gargalos locais.

Eleuses destacou que a região de Rio Preto recebeu R$ 650 milhões em repasses da tabela SUS paulista e mais R$ 55 milhões do Incentivo à Gestão Municipal (IGM) nos últimos dois meses. “Só nesses dois programas, foram mais de R$ 800 milhões investidos em 12 meses”, disse.

De acordo com o secretário, a ampliação dos repasses já se reflete em números. As internações na região saltaram de 156 mil em 2022 para 196 mil nos últimos 12 meses. As cirurgias cresceram de 72 mil para 105 mil no mesmo período.

“Filas ainda existem, mas estamos dando velocidade ao atendimento. Esse é o grande desafio, e só é possível em parceria com os municípios”, avaliou.

Redistribuição de leitos e SUS paulista

Eleuses também apontou problemas herdados, como o uso inadequado de hospitais de alta complexidade. “No Hospital de Barra, 85% dos leitos eram ocupados por casos de baixa e média complexidade. Isso gerava custo alto e impedia o acesso de quem precisava de atendimento especializado”, afirmou.

Com a tabela SUS paulista, que paga por produção, santas casas e hospitais menores passaram a absorver a demanda, liberando vagas em unidades de referência. “A taxa de ocupação de leitos subiu de 25% para 75%. Isso desafogou hospitais como o de Base e a Santa Casa de Rio Preto”, disse.

Novos hospitais e expansão de serviços

O secretário confirmou a inauguração do Hospital de Mirassol em 4 de outubro, com previsão de até 900 internações mensais adicionais. Ele também negocia com o Hospital de Base (HB) para reduzir atendimentos privados e ampliar o SUS. O governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) deve participar da inauguração.

“O Hospital de Base é o maior prestador de atendimentos SUS do estado e referência nacional em alta complexidade, como a cirurgia cardíaca pediátrica, que atende pacientes de sete estados”, afirmou.

Cobrança ao governo federal

Eleuses criticou a queda da participação da União no financiamento da saúde. “De 2000 para cá, a fatia do governo federal caiu de 68% para cerca de 45%. Isso transfere o peso para estados e municípios”, disse.

Segundo ele, São Paulo aumentou os investimentos em R$ 5,8 bilhões em 2023 e deve ultrapassar R$ 7 bilhões em 2024, mas a sustentabilidade do sistema depende de maior aporte federal.

“Saúde não é bipartite, é tripartite. Sem a União, não há como garantir a expansão necessária”, concluiu.

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