A Justiça absolveu Hugo Pires Bachini e Everton Souza do Carmo acusados de matar dois rapazes na saída de uma boate em Rio Preto em 2018. O julgamento ocorreu no salão do júri no Fórum do município nesta quinta-feira, 22.
O crime ocorreu em junho de 2018 na avenida Murchid Homsi. Na denúncia constou que as vítimas estavam do lado de fora da boate e quase foram atropeladas por um carro, que estaria sendo conduzido pelos acusados.
Foi iniciada uma discussão e duas vítimas acabaram baleadas e morreram no local.
O advogado de defesa dos réus, Augusto Mendes Araújo, comemorou o resultado do julgamento. “No dia de hoje, tivemos uma importante decisão no Tribunal de Júri em Rio Preto. Foi um caso de absolvição que envolveu um triplo homicídio, sendo dois consumados e um tentado, ocorrido na boate em 2018. Desde o início das investigações, sustentamos que os acusados não eram os autores dos crimes. Finalmente, após longos anos de batalha, a Justiça foi feita em São José do Rio Preto”, afirmou.
De acordo com Araújo, a defesa apresentou diversas provas técnicas que demonstraram a inocência dos réus. Eles fizeram perícia nos celulares, com o objetivo de comprovar que eles não estavam presentes no local do crime. “Além disso, trouxemos laudos técnicos que refutaram a alegação de que os tiros partiram de dentro do veículo do cliente. Essas provas foram fundamentais para desmontar a narrativa apresentada por uma testemunha que levou à prisão injusta dos réus”, disse Araújo.
Repercussão do caso
O caso foi de grande repercussão na cidade, ganhando destaque em todas as mídias na época. “Agora, é responsabilidade da polícia identificar os verdadeiros culpados e garantir que eles sejam levados à Justiça|”, afirmou o advogado.
Os jurados acolheram a tese da defesa de negativa de autoria, reconhecendo de forma unânime que os réus não estavam presentes na cena do crime e que não poderiam ser responsabilizados pelos homicídios. “Essa absolvição não foi baseada em dúvidas ou clemência, mas sim na certeza de que eles não foram os autores dos crimes”, disse o advogado.
Importância da defesa
Um ponto crucial nesse processo foi a atuação da defesa em encontrar minúcias na investigação que pudessem levar à absolvição. “Vale ressaltar que o delegado inicialmente responsável pelo processo encerrou as investigações, apontando os réus como os autores. No entanto, a defesa conseguiu obter evidências, como imagens de câmeras de segurança, que demonstraram o contrário. Isso resultou na transferência do caso para outro delegado, que conduziu uma nova investigação”, afirmou Araújo.
A reversão das provas
De acordo com o advogado, o caso era extremamente complicado, já que a condenação poderia resultar em uma pena superior a 50 anos. O Ministério Público acusava os réus de triplo homicídio duplamente qualificado. No entanto, a banca de defesa conseguiu reverter as provas apresentadas, comprovando a inocência dos réus.
Araújo afirmou ainda que os jurados costumam basear suas decisões nas informações fornecidas pelo Estado. Nesse caso, a defesa teve que desconstruir as provas apresentadas e realizar um trabalho minucioso e bem fundamentado para convencê-los de que os réus eram inocentes.
A eecnologia como aliada
Durante o julgamento, a defesa utilizou a tecnologia para mostrar de forma clara e objetiva a inocência de um dos réus. “Em tempo real, acessamos imagens do Google Street View para apresentar ao júri o trajeto feito pelo cliente, provando assim que ele não estava no local do crime. Essa apresentação tecnológica ajudou os jurados a se sentirem mais seguros em sua decisão”, afirmou o advogado.
Araújo afirmou que a “Justiça foi feita e os réus foram absolvidos”. “Essa absolvição não apenas alivia o peso das acusações sobre eles, mas também lhes permite recomeçar suas vidas. Antes, a dificuldade de conseguir emprego era imensa devido ao registro de antecedentes criminais por um triplo homicídio duplamente qualificado. Agora, graças ao trabalho incansável da defesa e à apresentação de provas robustas, os réus foram absolvidos e terão a oportunidade de seguir em frente”. disse o advogado.