O desaparecimento de quatro homens no noroeste do Paraná ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (12), quando a Polícia Militar Ambiental de Umuarama localizou uma caminhonete Fiat Toro branca enterrada em uma área rural de Icaraíma, a nove quilômetros de uma propriedade já investigada no caso.
O veículo estava coberto por uma lona e escondido em um bunker improvisado no solo. Peritos constataram marcas de tiros na lataria e vestígios de sangue no interior, mas nenhum corpo foi encontrado. A Polícia Civil e equipes da Criminalística foram acionadas para aprofundar a apuração.
A descoberta ocorreu após denúncia recebida pelas autoridades. A informação coincidia com o conteúdo de uma carta anônima entregue ao pai de Alencar Gonçalves de Souza, o credor desaparecido junto de três homens que o acompanhavam em 5 de agosto. O bilhete, manuscrito e deixado em uma sacola plástica na porteira da propriedade da família, trazia referências sobre a localização da Toro e indicava possíveis áreas onde os corpos estariam enterrados.
O texto citava pontos de referência próximos ao distrito de Vila Rica do Ivaí, como a distância de uma igreja e a Estrada da Jundiá. “Os corpos dos homens estão no sítio da dona Anunciada, Estrada da Jundiá, na Mata do Tenente… O sítio é a 500 metros da igrejinha, à esquerda”, dizia um trecho. O bilhete identificava o pai de Alencar pelo apelido “Carlito”, usado apenas por pessoas próximas, o que aumentou a suspeita sobre a veracidade da informação.
Equipes da Força Nacional chegaram a vasculhar os locais indicados no dia anterior, mas não encontraram pistas. Com o reforço das buscas nesta sexta, o carro foi localizado. A Polícia Civil afirma que as informações contidas na carta estão sendo analisadas, mas ainda não há confirmação de sua autenticidade. Investigadores também não descartam que o material possa fazer parte de uma estratégia de desinformação.
O caso
Os desaparecidos são o credor Alencar Gonçalves de Souza e os cobradores Diego Henrique Afonso, Rafael Juliano Marascalchi e Robishley Hirnani de Oliveira. Eles foram vistos pela última vez em 5 de agosto, quando saíram de Umuarama rumo a uma propriedade em Icaraíma para cobrar uma dívida. O último contato com familiares ocorreu ainda pela manhã, quando relataram que “estava tudo bem”. Pouco depois, os celulares ficaram fora de área.
A localização do veículo, somada às marcas de disparo e vestígios de sangue, reforça a hipótese de crime violento. As buscas por pistas e pelos corpos continuam em diferentes pontos da região.