‘Queriam me extinguir da política’, diz Anderson Branco ao cravar: ‘sou verdadeiro direita raiz’ em Rio Preto

Rodrigo Lima

O vereador Anderson Branco (Novo) não tem nenhuma dúvida ao afirmar: “queriam me extinguir da política”. Durante a gravação do Podcast Diário do Rodrigo Lima, ele contou detalhes do que passou durante o processo eleitoral de 2024, quando quase foi impedido de disputar a eleição.

Branco afirmou que ficou tão estressado que não dormia, a barba ficou rala e o cabelo caiu. Ele afirmou que ainda passa por tratamento médico para restabelecer totalmente a sua saúde.

Durante a campanha do ano passado, ele acabou por subir no palanque do deputado estadual Itamar Borges (MDB), e, por isso, mesmo sendo do Novo, legenda que caminhou com o prefeito Fábio Candido (PL), não sabe se será base do governo na Câmara. Ele avisa: “se eu for oposição: será uma oposição ferrenha”.

Em um bate-papo recheado de sinceridade, ele revela os desafios e as intrigas que permeiam o cenário político de Rio Preto desde o ano passado. Branco é conhecido por sua postura combativa e polêmica. “Uma coisa que sou na política é ser leal. Se eu der a minha palavra não volto atrás”, afirmou.

Branco é uma figura carismática e disse ter personalidade. Atualmente, uma das marcas registradas de Anderson Branco é seu bigode, que gerou curiosidade e comentários entre seus colegas e eleitores. Ele explica que a decisão de manter o bigode não é apenas uma questão de estilo, mas sim de personalidade. Para ele, o bigode representa sua autenticidade e firmeza de caráter. Itamar usa bigode e foi um dos seus motes de campanha.

Branco afirma que, mesmo enfrentando problemas de saúde relacionados ao estresse, que afetam sua barba e cabelo, ele escolheu manter o bigode como símbolo de sua identidade política atual.

Trombada com o Novo

Branco disse que enfrentou momentos difíceis em relação à legenda do seu partido. Ele descreve o estresse intenso ao lidar com a possibilidade de perder a candidatura devido a questões partidárias. Ele destacou a importância do diálogo para superar esses obstáculos e garantir a sua reeleição.
O vereador vive um momento, no entanto, delicado na Câmara. Até o momento, ele informou que não foi procurado pelo Coronel Fábio Candido para uma possível composição de governo. Branco mantém uma postura aberta à conversa e acredita que o diálogo é essencial para a política, mas reconhece que, até o momento, não houve um esforço significativo do governo para envolver todos os vereadores, especialmente aqueles que não apoiaram o coronel desde o início.
Branco, a direita e o “Branconaro”

Branco se posiciona como o “verdadeiro representante da direita.” Durante a gravação do Podcast Diário do Rodrigo Lima, ele contou sua história de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro desde seus tempos como deputado. Ele afirmou que  se orgulha de ter “introduzido o bolsonarismo em São José do Rio Preto”.

O vereador, que já foi conhecido como “Branconaro”, ele sempre foi um “defensor ferrenho dos valores de direita e continua a apoiar as ideias de Bolsonaro”. Branco vê em Bolsonaro uma referência e acredita que sua liderança foi marcante para a política de direita no Brasil.

A mudança de partido, no entanto, foi um momento crucial na carreira política de  Branco. Ao sair do PL e se filiar ao Partido Novo, ele enfrentou incertezas. “Não queriam me dar legenda”, afirmou o vereador ao dizer que “nunca engoliu essa história”.

Durante a gravação, Branco refletiu sobre sua relação com o vice-prefeito Fábio Marcondes, que se tornou complexa após as eleições. Embora exista cordialidade, Branco reconhece que as promessas não cumpridas durante a campanha deixaram marcas na relação entre eles.

De acordo com Branco, apesar das dificuldades, ele está disposto a trabalhar pelo bem da cidade, desde que haja respeito e reconhecimento de seu papel e contribuição para o cenário político local. Branco enfatiza que, na política, a lealdade e a palavra são fundamentais, e espera que essas qualidades sejam valorizadas em futuras negociações.

Ao refletir sobre sua carreira, Branco admite que algumas situações poderiam ter sido evitadas. Um episódio marcante foi a polêmica em torno de uma postagem interpretada como racista. Ele esclarece que a intenção nunca foi ofender, mas reconhece que a interpretação de terceiros pode causar danos à reputação.

Branco afirma que aprendeu com esses eventos e agora adota uma postura mais cautelosa.
Com relação à sua atuação futura na Câmara, Anderson Branco se define como um político independente, que coloca os “interesses da população acima de alianças partidárias”.

Saúde Pública e a Terceirização das UPAs

Anderson Branco expressa sua preocupação com a proposta de terceirização das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Rio Preto. Ele argumenta que, embora a intenção possa ser melhorar o serviço, a execução deve ser cautelosa para não comprometer a qualidade do atendimento.

Ele sugere que, ao invés de terceirizar, o foco deveria ser na melhoria da gestão e na capacitação dos profissionais já atuantes nas UPAs. Branco acredita que é possível promover melhorias significativas na saúde pública sem recorrer à terceirização, que pode criar desigualdades no atendimento.

Recado ao Coronel Fábio

Em uma mensagem direta ao Prefeito Coronel Fábio, Anderson Branco enfatiza a importância do diálogo e da cooperação. Ele lembra que, na política, as relações são fundamentais para o sucesso de qualquer administração e que a abertura ao diálogo pode facilitar a resolução de problemas complexos.

Branco pede ao prefeito um canal de comunicação aberto com todos os vereadores, independentemente de suas posições políticas. Ele acredita que essa abordagem pode fortalecer a governabilidade e garantir que as necessidades da população sejam atendidas de forma eficaz.

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