“Já em algumas semanas registramos o aumento considerável do índice de pacientes com dengue. E a previsão é de que isso não vá melhorar. Na verdade, vai piorar. Todo mundo está vendo que estamos tendo bastante informativo referente a essa situação epidêmica que estamos caminhando para ela. Ainda não está sendo considerado epidemia, mas estamos indo em direção a isso. E essa situação acaba sobrecarregando o sistema de saúde”, afirmou a coordenadora da urgência e emergência.
Além disso, a médica, que vai disputar a presidência do Sindicato dos Médicos de Rio Preto, diz que a sazonalidade da pediatria também contribui para o aumento dos atendimentos. Após as férias, as crianças retornam às atividades escolares e isso eleva o número de casos de doenças infectocontagiosas mais simples, mas que demandam atendimento nas unidades de saúde.
De acordo com Merabe, a Secretaria de Saúde tem buscado criar estratégias para lidar com esse aumento de demanda, mas é importante ressaltar que a saúde pública trabalha com recursos limitados. Portanto, mesmo com as medidas adotadas, não há previsão de melhora nos tempos de espera dos atendimentos nas UPAs. A população precisa entender as condições enfrentadas e os direitos e deveres relacionados a essa situação.
Papel da população
A médica afirma que um fator importante a ser considerado é o uso adequado do serviço de saúde. “É fundamental que a população saiba quando procurar o atendimento de urgência e emergência nas UPAs”, disse. Situações inapropriadas, como um paciente com uma unha encravada há 60 dias buscando atendimento de urgência, acabam congestionando o serviço e atrapalhando o atendimento de pacientes com quadros mais graves.
É essencial que a população entenda em quais situações é necessário buscar o atendimento nas UPAs. Casos como dores torácicas, sinais de gravidade e sintomas de crises hipertensivas devem ser tratados como emergências e demandam atendimento imediato. Por outro lado, situações mais leves e recorrentes, como cólicas renais ou cortes simples, devem ser direcionadas para a atenção básica, nas unidades de saúde da família.
A população também precisa compreender que o serviço de saúde trabalha com critérios de gravidade. A triagem realizada nas UPAs classifica os pacientes de acordo com a gravidade do seu quadro, não levando em consideração apenas a faixa etária. Portanto, é importante que cada paciente aguarde o atendimento de acordo com a sua classificação.
Segundo Merabe, Infelizmente, um dos problemas enfrentados pelas UPAs é a agressão aos profissionais de saúde. Pacientes leves, que nem deveriam estar buscando atendimento nas UPAs, muitas vezes são os responsáveis por essas agressões. É fundamental que a população entenda que esse tipo de comportamento não resolve o problema e só piora a situação. A violência dentro do serviço de saúde atrasa o atendimento e prejudica tanto o paciente que agride quanto os demais pacientes que estão esperando.
Os profissionais de saúde passam por uma grande sobrecarga de trabalho, especialmente os que atuam nas urgências e emergências. Esses profissionais são os responsáveis por tomar decisões e resolver os problemas dos pacientes, e é fundamental que sejam respeitados e valorizados. A agressão a esses profissionais é inaceitável e precisa ser combatida.
Segurança
Outro desafio enfrentado pelas UPAs é a questão da segurança. Desde dezembro, as unidades têm enfrentado problemas com a segurança interna, o que tem impactado negativamente no atendimento. A falta de profissionais de segurança compromete a proteção dos profissionais de saúde e dos próprios pacientes.
A Secretaria de Saúde reconhece a necessidade de profissionais de segurança nas unidades e já solicitou a contratação desses profissionais. No entanto, devido à falta de recursos, a reposição não tem sido possível. Essa falta de segurança resulta em diversos problemas, como a saída de profissionais que não se sentem seguros para trabalhar nas UPAs.
A falta de reposição de profissionais também é uma questão delicada. Quando há escassez de médicos, por exemplo, as escalas de trabalho precisam ser redesenhadas, distribuindo os profissionais de acordo com a necessidade do serviço. No entanto, isso acaba sobrecarregando os médicos que já estão atuando, levando-os a trabalhar mais horas e aumentando o desgaste físico e emocional.
Telemedicina
A telemedicina tem se mostrado uma alternativa viável para melhorar o atendimento nas UPAs. Esse serviço permite que o paciente seja atendido remotamente por um médico, evitando a necessidade de deslocamento até a unidade de saúde.
A telemedicina é uma solução mais barata e eficiente para casos mais leves, em que o médico pode realizar a consulta virtualmente, prescrever medicamentos e dar orientações aos pacientes. Essa modalidade de atendimento ajuda a diminuir o fluxo de pacientes nas UPAs e oferece uma opção mais acessível para aqueles que não precisam de atendimento presencial.
A Secretaria de Saúde tem investido no desenvolvimento da telemedicina e busca ampliar esse serviço nos próximos anos. A ideia é que a telemedicina seja cada vez mais utilizada para atender pacientes da atenção básica, renovar receitas, solicitar exames simples e oferecer orientações médicas.
Atrasos
Os atrasos nos atendimentos das UPAs são um problema sério que precisa ser enfrentado. A população precisa entender a gravidade da situação e colaborar, utilizando corretamente os serviços de saúde. É essencial que cada paciente busque o atendimento adequado de acordo com a gravidade do seu quadro.
A Secretaria de Saúde tem trabalhado para melhorar o atendimento nas UPAs, mas é importante ressaltar que a saúde pública enfrenta limitações financeiras e de recursos humanos. A falta de segurança nas unidades também é um fator preocupante e precisa ser solucionado.
A telemedicina surge como uma alternativa promissora para melhorar o atendimento nas UPAs e diminuir os atrasos. Esse serviço oferece uma opção mais acessível e eficiente para casos leves, evitando deslocamentos desnecessários e reduzindo o fluxo de pacientes nas unidades.
É fundamental que a população, os profissionais de saúde e os gestores trabalhem juntos para buscar soluções e melhorar a qualidade do atendimento nas UPAs. A saúde pública é uma responsabilidade de todos, e é necessário que cada um faça a sua parte.