Uma operação da Polícia Federal que mira um esquema bilionário de lavagem de dinheiro da mineração ilegal levou o Ibama a apreender 12 troféus de caça irregulares nesta terça-feira, 10. Os animais empalhados estavam na casa de um caçador profissional suspeito de envolvimento no caso, em Rio Preto.
De acordo com imagens divulgadas durante a operação, a casa do investigado é decorada com exemplares de animais como leão, hipopótamo, girafa, búfalo e gnus. Técnicos do Ibama indicaram que apenas sete peças tinham a documentação de importação regular.
Documentos indicam que o leão foi vítima de uma prática conhecida como “caça enlatada”, na qual o animal é criado em cativeiro até a idade adulta, quando é solto em uma área controlada para ser alvo dos caçadores. O espécime estava regular, com certificado de importação emitido pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites).
Entre os 12 itens apreendidos estão 11 cabeças de animais e uma ave taxidermizada. O Ibama informou ainda que o caçador foi notificado para explicar a ausência de uma pele de zebra mencionada nos documentos analisados pelo órgão.
Agentes federais miram organização criminosa responsável por lavar dinheiro proveniente da extração e comércio ilegal de ouro em garimpos do Mato Grosso e Pará. De acordo com a investigação, uma empresa de fachada e “laranjas” eram usados para ocultar a origem ilegal do montante. As movimentações superam R$ 3 bilhões nos últimos 4 anos.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens de até R$ 1,3 bilhão. Imóveis, veículos e ativos financeiros também foram sequestrados. “Os investigados poderão responder, na medida de suas condutas, pelos crimes de extração e comércio ilegal de ouro e lavagem de dinheiro e organização criminosa”, informou a PF em nota.