Morre Ozzy Osbourne, ícone do heavy metal, aos 76 anos

Rodrigo Lima
Artista conhecido como “Príncipe das Trevas” gravou clássicos do gênero como ‘Paranoid’;Causa da morte não foi revelada/imagem – repordução/Instagram

O cantor britânico Ozzy Osbourne, ex-vocalista do Black Sabbath e um dos nomes mais lendários da história do rock, morreu aos 76 anos. A informação foi confirmada por sua família nesta terça-feira (22), mas a causa da morte não foi revelada.

Nascido como John Michael Osbourne, em Birmingham, cidade industrial da Inglaterra, Ozzy transformou sua origem humilde em combustível para se tornar um dos artistas mais reconhecíveis — e controversos — da música mundial. Reconhecido mundialmente como o “Príncipe das Trevas”, foi muito mais do que um símbolo do heavy metal: foi um artista completo, cuja influência ultrapassou gerações e estilos.

O homem que moldou o metal
Com sua voz grave, presença hipnotizante e uma aura de rebeldia, Ozzy Osbourne se destacou como fundador e vocalista original do Black Sabbath, banda criada em 1968 ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. O grupo não apenas criou álbuns essenciais como Paranoid (1970), Master of Reality (1971) e Sabbath Bloody Sabbath (1973), como também definiu o som do heavy metal.

Mas a trajetória com o Black Sabbath foi tão explosiva quanto sua música. Em 1979, Ozzy foi demitido da banda por causa de seus excessos com álcool e drogas — o que, ironicamente, deu início ao capítulo mais surpreendente de sua vida: uma carreira solo avassaladora.

Ozzy solo: o rock virou espetáculo
Lançando o clássico Blizzard of Ozz em 1980, com faixas como Crazy Train e Mr. Crowley, Ozzy iniciou uma fase solo tão ou mais relevante que a anterior. Ele reinventou sua imagem, criou um espetáculo de palco singular, e se tornou sinônimo de irreverência, teatralidade e exagero.

Sua parceria com guitarristas virtuosos como Randy Rhoads, Zakk Wylde e Jake E. Lee garantiu uma sonoridade marcante e técnica apurada, mesmo sob uma estética sombria e caótica.

A carreira de Ozzy também ficou marcada por momentos polêmicos, como quando mordeu a cabeça de um morcego em um show, gesto que ele disse ter achado que se tratava de um brinquedo. O episódio virou parte do folclore do rock — e consolidou o personagem que ele mesmo ajudou a criar.

Realidade, doença e persistência
Mesmo com a fama e o sucesso mundial, Ozzy nunca escondeu os desafios que enfrentou ao longo da vida. Foi diagnosticado com Parkinson em 2019, além de sofrer com dores crônicas, lesões na coluna e diversas cirurgias nos últimos anos.

Em uma das últimas entrevistas, declarou:

“Apesar de todas as minhas reclamações, ainda estou vivo… Vejo pessoas que não fizeram nem metade do que eu e não chegaram até aqui.”

Essa mistura de sinceridade, resiliência e senso de humor cativou milhões. Ele nunca deixou de falar com o público como quem conversa com velhos amigos — e talvez por isso seja tão amado por fãs de diferentes idades e estilos.

O legado além da música
Além dos palcos, Ozzy também se tornou um fenômeno midiático, ao estrelar o reality show The Osbournes, exibido na MTV no início dos anos 2000. O programa mostrava a vida do astro em casa, ao lado da esposa Sharon Osbourne e dos filhos Kelly e Jack. O sucesso foi imediato e ajudou a humanizar a figura do roqueiro que, até então, parecia viver em uma dimensão à parte.

Ozzy foi também um dos idealizadores do festival Ozzfest, que ajudou a consolidar e renovar o heavy metal nos Estados Unidos e no mundo, abrindo espaço para novas bandas e fortalecendo uma comunidade musical que ele mesmo ajudou a construir.

Despedida ao eterno Príncipe das Trevas
O mundo do rock reage com comoção à morte de Ozzy Osbourne. Nas redes sociais, músicos, fãs e personalidades lamentaram a perda do ícone. Tributos já começaram a ser organizados ao redor do mundo, e é esperado que sua trajetória seja celebrada com homenagens tanto nos palcos quanto fora deles.

Ozzy Osbourne deixa um legado difícil de mensurar. Não apenas por sua discografia, mas por tudo o que representou: um símbolo de liberdade, transgressão, coragem e resistência.

Com sua voz inconfundível, sua caminhada cambaleante, seu coração gigante e sua alma barulhenta, Ozzy agora silencia — mas o eco de seu grito ainda vai soar por muito tempo.

📀 Discografia essencial:

Paranoid (1970) — Black Sabbath

Master of Reality (1971) — Black Sabbath

Blizzard of Ozz (1980) — Solo

Diary of a Madman (1981) — Solo

No More Tears (1991) — Solo

🎤 Frase marcante:

“Ser maluco é a única maneira de permanecer são neste mundo.”

🕯️ Descanse em paz, Ozzy.
Você ensinou o mundo a gritar com beleza.

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