Das pinturas de Jocelino Soares – pintor do povo da roça – passando pelas dramatizações teatrais com equinos da Cavalhadas da Franca até as músicas sertanejas dedilhadas em violas pela Orquestra de São João da Boa Vista e o grupo Seresteiros de Taquaritinga, por duplas como Wagner & Walmir ou trios como Suzana Salles, Lenine Santos e Ivan Vilela.
Essa gama de manifestações artísticas da cultura caipira marcou a 7ª edição do Prêmio Inezita Barroso, celebrado nesta sexta-feira (1) pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Ao todo, 20 atores culturais do universo caipira paulista foram premiados na Sessão Solene por indicações de parlamentares e da sociedade civil.
“A cultura é a base para que a gente se una e ao mesmo tempo é a nossa identidade”, ressaltou a deputada estadual Professora Bebel (PT), presidente da Comissão. Ela conduziu a premiação ao lado do ator Jackson Antunes, indicado pela parlamentar por “personificar e difundir o sentimento caipira” pelo mundo.
O Prêmio Inezita Barroso também reverenciou o legado de grandes expoentes da música caipira, como os cantores Tião Carreiro e Amaraí. Filha única de Carreiro, Alex Marli Dias anunciou que a biografia do violeiro, falecido há 30 anos, será lançada no primeiro semestre de 2025. “Meu trabalho hoje é preservar a memória dele”, frisou a homenageada.
Ativistas culturais que promovem a produção artística caipira, como Cícero Almeida – o Ciceronni – e o radialista João Carlos Martinez, reconheceram a valorização promovida pelo Prêmio da Alesp. “Para mim, isso [o Prêmio] é um Oscar da música raiz”, definiu Martinez.
As estatuetas do Prêmio Inezita Barroso foram entregues presencialmente, entre outros, pelos deputados Lucas Bove (PL), Marcia Lia (PT) e Dr. Eduardo Nobrega (Podemos). O ex-deputado Marcos Martins, autor do projeto de resolução que deu origem ao Prêmio, participou também da 7ª edição. A relação completa dos premiados ficará disponível no portal da Alesp, na aba das Comissões.
Jocelino Soares premiado
Artista, que está completando 50 anos de carreira, foi indicado ao prêmio pelo deputado Itamar Borges (MDB). Um dos mais importantes artistas em atividade em Rio Preto, o pintor e escritor Jocelino Soares recebeu o Prêmio Inezita Barroso na manhã desta sexta-feira (1/3) durante cerimônia na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Principal premiação cultural realizada pelo Parlamento Paulista, o Prêmio Inezita Barroso reverencia pessoas que se destacaram na sociedade em razão de sua contribuição com a música dita caipira de raiz e qualquer outra forma de arte genuinamente popular que a complemente, como é o caso da obra de Jocelino, indicado ao Prêmio por Itamar.
“Como bem o definem seus críticos, Jocelino é o ‘artista do povo da roça, que pinta o campo, o interior do mundo’ ou ainda que transforma em arte a criação maior que nasce da terra, que brota de almas simples e genuínas, que transborda dos ribeirões e salta dos olhares prenhes de sonhos”, diz Itamar ao justificar a indicação do artista.
Aos 68 anos, Jocelino, que acaba de completar 50 anos de carreira, tem extenso currículo de participações e prêmios em exposições Brasil afora e mesmo no exterior, com mostras na Itália e nos Estados Unidos. Além da pintura, o artista também se aventura como escritor. É autor de livros e cronista no “Diário da Região”, principal jornal de São José de Rio Preto, a cidade onde mora desde menino.
Assim como seus quadros, seus escritos tematizam a vida no campo, que ele procura captar já a partir da linguagem que emprega nos textos. Desde 2017, mantém programa radiofônico na Rádio Educativa FM 106.7 “Café com Viola”, das 6h às 7h da manhã. Elevando a cultura caipira. A emissora é da Prefeitura de Rio Preto.
Quem é Inezita
Inezita Barroso nasceu em São Paulo, no dia 4 de março de 1925, e faleceu aos 90 anos. Considerada um dos maiores ícones da música caipira, Inezita também era compositora e instrumentista, apresentadora e pesquisadora do folclore brasileiro. Entre 1980 e 2014, ela apresentou o “Viola, Minha Viola”, programa da TV Cultura.
Uma das músicas mais conhecidas gravada pela cantora foi “A moda da pinga”. Além disso, em 2014 Inezita foi eleita para assumir uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras. Faleceu em 2015, devido a uma insuficiência respiratória.
O “Prêmio Inezita Barroso” da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi instituído através da Resolução ALESP nº 910, de 05/07/2016, com o objetivo de premiar as pessoas físicas ou jurídicas que se destacaram na sociedade em razão de sua contribuição com a música dita caipira de raiz e qualquer outra forma de arte genuinamente popular que a complemente. É, também, uma homenagem da Alesp a uma das principais representantes da música caipira no país.