No último debate entre candidatos a governador de São Paulo antes da votação no domingo, 2, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticaram o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que reclamou nas suas redes sociais dessa “dobradinha” feita pelos adversários. O debate foi realizado nesta terça-feira, 27.
Haddad e Tarcísio reforçaram a ideia de polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Rodrigo citou a estratégia dos adversários, já que o tucano nega ter padrinho político. O ex-governador João Doria (PSDB) não aparecer sequer na sua propaganda eleitoral.
“Desde o começo do debate está claro aqui a tabelinha que Haddad e Tarcísio estão fazendo, porque querem trazer a briga política para cá”, afirmou Rodrigo ao dizer nas suas redes sociais após o debate que Hadda evitou o confornto direto de ideias.
As pesquisas de intenção de voto colocam Haddad com vantagem confortável à frente com 34%, enquanto Tarcísio e Rodrigo brigam pela vaga no 2º turno da eleição, respectivamente com 24% e 19% das intenções de voto. Os outros candidatos ao governo de São Paulo são Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo), que também participaram do debate, registraram 1% no levantamento.
O discurso adotado por Rodrigo é de que se o eleitor não quiser que o PT governe o Estado, é ele quem deve ir ao 2º turno, já que nas pesquisas demonstram que Tarcísio seria derrotado pelo petista. Por isso, a campanha do atual governador aponta que se ele for derrotado nas urnas, o PT chegará ao Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez.
Já Tarcísio colou sua imagem a Bolsonaro como ex-ministro da Infraestrutura, enquanto Haddad destacou Lula no seu palanque. Ambos apostaram nos desempenhos dos seus padrinhos para tentar convencer principalmente o eleitor indeciso nesta reta final de campanha.
A primeira participação de Rodrigo ocorreu quase no final do primeiro bloco quando ele criticou a estratégia de Haddad e Tarcísio. “Vocês estão vendo a briga política aqui instalada. Um pendura no Lula, um pendura no Bolsonaro e ninguém pensa em São Paulo”, afirmou o governador. “Eu sei como a gente não vai resolver os problemas de São Paulo. É deixando essa briga política vir aqui para São Paulo. Só se discute as questões nacionais e deixa de São Paulo lado. A única que o Tarcísio e o Fernando concordam é falar mal de São Paulo. Só criticam São Paulo”, afirmou.
Haddad rebateu as colocações do tucano ao dizer que concordar em uma coisa com Tarcísio. “Você fez um mal governo com Doria e esconde Doria”, disse o petista, ao citar ainda Gilberto Kassab (PSD) e o ex-prefeito Celso Pitta. “Rodrigo, você tem que parar de esconder quem você é. (Esconde) Aliados,
patrimônio, irmão”.
Rodrigo foi alvo ainda de ataques de Poit e Elvis durante o debate. O pedetista citou processos na Justiça contra o irmão do governador, Marco Aurélio Garcia, que participou da máfia do ISS, e seu vice, Geninho Zuliani (União Brasil), que é deputado federal na região de Rio Preto.
Já o candidato do Novo criticou a remuneração dos policiais, além de disparar contra o PSDB, partido de Rodrigo. “As pessoas estão passando fome em São Paulo. E faz 30 anos que o partido do senhor está no poder”, afirmou Poit.
Rodrigo partiu para cima de Tarcísio e afirmou que o candidato do Republicanos mentiu sobre a quantidade de obras paradas. “São Paulo é um canteiro de obras, governo federal tem 7.000 obras paradas”, disse.
Na sua resposta, Tarcísio listou obras e leilões feitos durante o governo Bolsonaro. “Todo esse monte de coisa que ele falou é papel, ainda não tem gente trabalhando”, disse Rodrigo, que criticou o adversário alegando que ele teria beneficiado o Rio de Janeiro e não São Paulo.
Elvis também tirou uma casquinha de Tarcísio ao dizer que não perguntaria o local de votação de Tarcísio em São José dos Campos. “Fica tranquilo que não vou perguntar onde você vota”, disse.
“Esquecer local de votação, a gente até esquece, o que não dá é para esquecer das pessoas”, respondeu Tarcísio.
Já Poit questionou Haddad em relação a Lula ter chamado Bolsonaro de “capiau de Registro”, o que seria preconceituoso com a população que mora no interior do Estado. “Você está descontextualizando uma frase para tentar pinçar aí uma expressão para criar uma celeuma que não existe”, rebateu o petista. Poit disse que esparava um pedido de desculpas.